Parlamento espanhol aprova definitivamente a lei da eutanásia
18 de mar. de 2021, 15:48
— Lusa/AO Online
Na
votação, que decorreu ao fim da manhã no Congresso dos Deputados
espanhol, votaram a favor 202 deputados, contra 141, e dois
abstiveram-se, depois de um último debate sobre a questão.Tanto
o Partido Popular como o Vox, que votaram contra a lei, avançaram que
irão apresentar um recurso contra esta lei junto do Tribunal
Constitucional espanhol.A regulação da
morte assistida é um projeto apresentado inicialmente pelo Partido
Socialista espanhol (PSOE) e uma das prioridades do Governo de esquerda
liderado por Pedro Sánchez, que teve alguns atrasos provocados pela
pandemia de covid-19, prevendo-se que entre em vigor dentro de três
meses.Espanha tornou-se assim um dos sete
países do mundo a autorizar que um doente com uma doença incurável
decida morrer para pôr fim ao seu sofrimento, depois da Holanda,
Bélgica, Luxemburgo, Canadá, Nova Zelândia e Colômbia.Em
Portugal, a Assembleia da República também aprovou no final de janeiro
um projeto de lei para regular a morte assistida, mas na segunda-feira o
Tribunal Constitucional chumbou o texto, que foi enviado de volta ao
parlamento.Os adultos que sofram de uma
doença grave e incurável ou de uma condição grave, crónica e impossível,
que cause "sofrimento físico ou psicológico intolerável" sem
possibilidade de cura ou melhoria, com a nova lei, podem solicitar ajuda
médica para morrer, prestação que será incluída no Sistema Nacional de
Saúde espanhol.O paciente deve confirmar a
sua vontade de morrer em pelo menos quatro ocasiões ao longo do
processo, o que pode demorar pouco mais de um mês a partir do momento em
que o solicita pela primeira vez, e em qualquer momento pode retirar ou
adiar a eutanásia.A lei também prevê o
direito dos médicos à objeção de consciência e estabelece a criação de
uma Comissão de Garantia e Avaliação em cada comunidade autónoma
espanhola composta por médicos e juristas para acompanhar cada caso.