Parlamento dos EUA rejeita plano republicano para evitar paralisação orçamental
19 de set. de 2024, 10:58
— Lusa/AO Online
A Câmara
dos Representantes rejeitou, com 220 votos contra e 202 a
favor, o plano apresentado pelo presidente da câmara, o republicano
Mike Johnson, de orçamento até março de 2025, ou seja, após a tomada de
posse do novo Presidente.Embora os
republicanos tenham maioria na câmara baixa do Congresso, 14
congressistas do partido juntaram-se à bancada democrata e votaram
contra o projeto, apesar do apoio demonstrado pelo ex-presidente e
candidato republicano à Casa Branca Donald Trump.A
proposta incluía uma medida para exigir que os eleitores apresentem um
comprovativo de cidadania nas eleições presidenciais de 05 de novembro.Há
meses que os republicanos têm espalhado a ideia de que alguns dos
migrantes que entraram sem autorização no país na fronteira entre os
EUA-México nos últimos anos podem ser decisivos nas eleições.É ilegal que não-cidadãos norte-americanos votem e uma investigação demonstrou que tal votação é extremamente rara.Também
a presidência dos Estados Unidos e os democratas demonstraram oposição à
proposta e defenderam que a extensão dos fundos para o Governo dure
apenas até dezembro, para poderem negociar um novo orçamentos no
inverno, antes da tomada de posse do próximo chefe de Estado.O
Congresso norte-americano tem de aprovar um projeto de lei de gastos
antes de 30 de setembro para evitar uma paralisação federal a partir do
dia seguinte, poucas semanas antes das eleições.Uma
paralisação implica a colocação de milhões de funcionários públicos em
situação de desemprego técnico, a suspensão de determinadas ajudas
alimentares e a interrupção do tráfego aéreo.Mike Johnson já tinha retirado a proposta no início de agosto, devido à falta de apoio.Os
adversários do projeto de lei do Partido Republicano defendem que
continua a contemplar gastos a gastar a níveis que consideram
excessivos. Trump pareceu encorajar uma
paralisação governamental, caso os republicanos na câmara baixa e no
Senado “não recebam garantias sobre a segurança eleitoral”, de acordo
com uma publicação na rede social do milionário, Truth Social, no início
de agosto.Desde 1976, a administração dos
Estados Unidos ficou sem fundos em cerca de 20 ocasiões, embora na
maior parte das vezes tenha sido apenas por um dia.O
encerramento mais longo, de 35 dias, entre dezembro de 2018 e janeiro
de 2019, ocorreu durante a presidência de Trump, devido a divergências
sobre o financiamento do muro que pretendia construir na fronteira com o
México.