Autor: Lusa/AO Online
Os deputados açorianos pedem ao executivo da região autónoma para, em coordenação com o Governo de Cabo Verde, "e dentro das possibilidades orçamentais" dos Açores, enviar "ajuda humanitária e material destinada a apoiar as populações afetadas pela erupção do Pico do Fogo, bem como ative outros mecanismos de ajuda e cooperação".
O texto, apresentado pelo deputado do PCP, Aníbal Pires, lembra que "os açorianos conhecem bem este tipo de catástrofe" e "as profundas ligações históricas, sociais e familiares" que existem entre os dois arquipélagos.
Poucos dias após o início da erupção, no final de novembro, o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, manifestou formalmente ao executivo de Cabo Verde a disponibilidade da região para prestar ajuda.
Isto mesmo lembrou hoje no plenário do parlamento dos Açores o subsecretário regional para as Relações Externas, Rodrigo Oliveira, que afirmou que a região transmitiu a sua disponibilidade para dar a ajuda que Cabo Verde solicitar dentro dos meios humanos e técnicos e a experiência de que dispõe.
Por outro lado, os centros de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) e de Vulcanologia da Universidade dos Açores estão a acompanhar desde a primeira hora a erupção do vulcão da ilha do Fogo, no sentido de prever as trajetórias da escoada lávica.
Os prejuízos provocados pela erupção vulcânica, que começou a 23 de novembro, foram provisoriamente avaliados em cerca de cinco mil milhões de escudos cabo-verdianos (45,3 milhões de euros), revelou hoje a ministra das Finanças de Cabo Verde.
A erupção já destruiu as povoações de Portela e Bangaeira, as duas localidades de Chã das Caldeiras, planalto que serve de base aos vários cones vulcânicos da ilha.
Além das habitações destruídas, bem como de terrenos agrícolas e de pastagem, a lava obrigou ao realojamento de cerca de 1.500 habitantes de chã das Caldeiras, na quase totalidade agricultores e criadores de gado, ameaçando, apesar de os últimos três dias terem sido de acalmia, outras duas localidades no norte da ilha, Cutelo Alto e Fonsaco, a primeira no declive montanhoso do Fogo e a segunda já junto ao mar.
Até agora, não se registaram vítimas mortais.