Parlamento dos Açores exige reforço dos efetivos da PSP na região
14 de dez. de 2018, 17:36
— Lusa/AO Online
A
iniciativa surge na sequência das notícias sobre a eventual suspensão
do programa "Escola Segura" em alguns concelhos e sobre o encerramento
de esquadras da PSP nalgumas ilhas, durante a noite, devido à falta de
agentes."A
suspensão formal ou informal do programa Escola Segura e o eventual
encerramento de esquadras, no período noturno, por falta de agentes,
constitui uma regressão de décadas na segurança dos açorianos", lamentou
Carlos Ferreira, ex-agente da PSP e atual deputado social-democrata.Segundo
recordou, o Ministério da Administração Interna tinha prometido um
reforço de 40 agentes para os Açores ainda este ano (apesar da região
necessitar de cerca de 200), mas essa promessa está por cumprir."O
incumprimento da promessa de reforço do número de agentes na região,
por parte deste Governo da República, põe, efetivamente em risco, a
segurança das nossas populações", lamentou o parlamentar do PSD.Também
Paulo Mendes, do Bloco de Esquerda, criticou o não cumprimento da
promessa feita pelo Governo de António Costa em relação ao reforço dos
efetivos de segurança nos Açores."Além
destes 40 efetivos estarem aquém daqueles que são os 200 necessários,
eles acabam por não colmatar, sequer, aquelas que são pequenas falhas
nos serviços em algumas ilhas", realçou o parlamentar bloquista.Já
Alonso Miguel, deputado do CDS, lembrou a aparente contradição que
existe, sobre esta matéria, entre os discursos do Governo Regional e da
própria PSP."O
que não é compreensível é nós termos, por um lado, o presidente do
Governo Regional a pedir mais meios em outubro e, dois meses depois, o
comandante regional da PSP a dizer que a região é a mais segura do
país", frisou o deputado centrista.Para
Paulo Estêvão, deputado do PPM, este problema da falta de meios das
forças de segurança nos Açores tem vindo a agravar-se nos últimos anos e
poderá mesmo gerar insegurança no futuro."Considero
que esta situação tem vindo a agravar-se e considero também que, de
alguma forma, esta questão poderá vir a colocar em causa a segurança da
região no futuro", advertiu o parlamentar monárquico.Por
seu lado, José Contente, deputado da bancada socialista (que está em
maioria no parlamento açoriano), lembrou que o desinvestimento da
República nos Açores já foi pior no tempo da Troika."Não
tem havido desinvestimento como em alguns anos, sobretudo no período da
Troika e pós troika, que levou a que vários serviços públicos sofressem
esse desinvestimento", realçou o deputado socialista.Apesar
das diferenças de opinião, todos os partidos concordam na necessidade
de se reforçar o número de efetivos da PSP nos Açores, inclusivamente o
próprio Governo Regional.Durante
o debate, o secretário regional da Presidência para os Assuntos
Parlamentares, Berto Messias, reconheceu a necessidade de se reforçar o
efetivo da PSP nos Açores, mas recusou qualquer aumento da insegurança
na região."O
Governo dos Açores reafirma e reitera a importância e a necessidade
urgente do reforço de efetivos da Polícia de Segurança Pública na nossa
região, mas é importante transmitir também uma mensagem de
tranquilidade, não ligando esta questão com qualquer ciclo de
insegurança nas nossas ilhas", ressalvou o governante.