Parlamento dos Açores dá parecer favorável à prorrogação do estado de emergência
Covid-19
2 de abr. de 2020, 09:50
— Lusa/AO Online
"O estado de emergência irá
permitir a continuidade de algumas medidas que têm vindo a ser
necessárias tomar, para que, efetivamente, a luta em relação a esta
doença seja possível concretizar", justificou Ana Luís, presidente do
parlamento açoriano, em declarações à agência Lusa no final da reunião
da Comissão Permanente da ALRA, que decorreu por videoconferência.A
socialista, que preside ao órgão máximo da autonomia regional há quase
oito anos, disse esperar que estas medidas "sejam as suficientes" para
que os Açores consigam "ultrapassar" esta pandemia, que de acordo com a
autoridade de saúde regional, afetava, até às 16:00 locais (17:00 em
Lisboa), 57 cidadãos açorianos.Dos seis
partidos com assento parlamentar, que integram a Comissão Permanente da
Assembleia, apenas João Paulo Corvelo, do PCP, se absteve, por entender
que o Governo da República dispunha de "meios suficientes" para fazer
face à pandemia, sem ser necessário recorrer ao estado de emergência,
que pode implicar a perda de direitos liberdades e garantias do povo.Os
restantes cinco partidos (PS, PSD, CDS, BE e PPM) deram parecer
favorável ao pedido de prorrogação do estado de emergência nacional, por
considerarem que é necessário manter ou até mesmo reforçar as medidas
restritivas, no sentido de impedir o rápido contágio dos cidadãos."A
covid-19 está a ter uma evolução dramática no nosso país", advertiu
Artur Lima, líder parlamentar do CDS, salientando que, nesta altura, é
fundamental garantir a defesa da saúde dos açorianos, mas também
assegurar que "todos os profissionais de saúde" da região têm os meios
de proteção pessoal suficientes e adequados para fazer face a esta
doença.Luís Maurício, líder da bancada do
PSD, também entende que a pandemia "assume contornos preocupantes", não
apenas a nível nacional, mas também na região, alertando igualmente para
a necessidade de meios de proteção em número suficiente para os
profissionais de saúde no arquipélago.Já
António Lima, deputado do Bloco de Esquerda, entende que a situação que
se vive no país e nos Açores "exige" o reforço de algumas medidas
restritivas para impedir a propagação do novo coronavírus, defendendo,
por exemplo, o recurso a serviços de saúde privados para ajudar no
combate à pandemia.Francisco César, líder
parlamentar do PS, partido que tem maioria absoluta no parlamento
açoriano, também concorda com o aumento das limitações de alguns
direitos, nomeadamente de circulação de pessoas e restrição de voos,
para impedir mais casos de infeção pela covid 19.Paulo
Estêvão, deputado do PPM, preferiu criticar as competências que são
atribuídas ao representante da República para os Açores, em situações de
estado de emergência, defendendo mesmo que aquela figura do Estado "não
tem qualquer legitimidade democrática para exercer as suas funções".