Parlamento dos Açores aprova voto de pesar pela “aterradora fatalidade”
18 de out. de 2017, 16:19
— LUSA/AO online
"É com um sentimento de
consternação e de pesar que temos acompanhado esta terrível tragédia,
lamentando a violenta dimensão dos incêndios e as incalculáveis
consequências para tantas famílias e populações afetadas", refere o
voto, apresentado pela presidente da Assembleia Legislativa Regional, a
socialista Ana Luís.No voto de pesar, subscrito pelos seis
partidos com assento parlamentar (PS, PSD, CDS-PP, BE, PCP e PPM),
lamenta ainda que, além de terem provocado a morte a dezenas de pessoas,
os incêndios tenham também causado vários feridos graves, centenas de
desalojados e ainda avultados prejuízos.A Assembleia Legislativa
Regional, que adiou por um dia o arranque dos trabalhos parlamentares de
outubro, na sequência do luto nacional de três dias decretado pelo
Executivo nacional, refere também que os incêndios do passado fim de
semana deixaram, "uma vez mais", o país de luto, "mergulhado numa
profunda tristeza, perante tão aterradora fatalidade"."Conscientes
que o efeito das palavras não minimiza o sofrimento de quem tudo
perdeu, os açorianos, familiarizados com situações de crises e desastres
naturais, não podem deixar de dirigir uma palavra de esperança e de
conforto, unindo-se em torno da sua dor e prestando a sua sentida
homenagem e solidariedade", acrescenta o voto. Os 57 deputados
manifestaram também uma "palavra de gratidão" às populações, aos
elementos das corporações de bombeiros e aos serviços de segurança, pela
"coragem, determinação e espírito de missão" que demonstraram no
terreno, neste momento difícil para o país.Depois de lido o voto,
do qual será dado conhecimento ao Presidente da República, presidente
da Assembleia da República, primeiro-ministro e à Associação Nacional de
Municípios, os deputados guardaram um minuto de silêncio.As
centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do
ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 41 mortos e cerca de
70 feridos (mais de uma dezena dos quais graves), além de terem obrigado
a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito
em dezenas de estradas. O Governo decretou três dias de luto nacional, entre terça e quinta-feira.Esta
é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano,
depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros
municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.