Parlamento dos Açores aprova recomendações sobre redução de plásticos e uso de água
8 de mai. de 2019, 09:16
— Lusa/AO Online
A sustentabilidade
ambiental deve ser vista "como um conceito que vai muito mais além do
que as questões relacionadas com o ambiente ou natureza", estando
inclusive ligada "à identidade" açoriana e também à criação de emprego
na região, advogou o líder parlamentar do PS na Assembleia Legislativa,
Francisco César."Veja-se, por exemplo, o
caso que acontece na agricultura, que está não só dependente da questão
da sustentabilidade ambiental, como desta mesma sustentabilidade
ambiental retira valor acrescido. O mesmo acontece com as nossas pescas,
que dependem também da sustentabilidade dos 'stocks', mas mesmo nas
suas vendas também beneficiam da sustentabilidade ambiental. E nos novos
setores, veja-se o que acontece nomeadamente no caso do turismo",
salientou Francisco César.Pelo PSD, a
deputada Catarina Furtado reconheceu "medidas e recomendações
meritórias" nos projetos do PS, mas sinalizou ter "sérias dúvidas" sobre
algumas das medidas propostas, não tanto pelo conteúdo, mas por já
terem sido implementadas ou anunciadas num recente Conselho do Governo
dos Açores.Mais à direita, o deputado do
CDS-PP Alonso Miguel lembrou os "enormes desafios" colocados pelo
"aumento de produção do plástico", defendendo que a redução do seu uso
"passa pela redução da procura"."Concordamos
genericamente com as medidas [do PS], apesar de considerarmos que
algumas delas já têm implementação e já foram adotadas por parte dos
serviços públicos da região", referiu.António
Lima, deputado do Bloco de Esquerda e líder do partido nos Açores,
recordou que, além do plástico, há "outros materiais" cuja utilização
deve procurar ser reduzida em prol de um melhor ambiente."O
foco do projeto de resolução é muito específico nos resíduos do
plástico e esse foco, apesar de correto, deve ser alargado (...), tendo
em conta uma economia que deve procurar a redução máxima de resíduos",
continuou o parlamentar bloquista.Já o
deputado único do PCP, João Paulo Corvelo, definiu a utilização de bens
descartáveis e água como representativos de um "enorme desprezo do
planeta", sendo "fundamental" a diminuição do uso dos primeiros e um uso
racional no caso da água."Importa
reafirmar e alargar a importância da administração pública" neste
combate, prosseguindo um caminho já iniciado com o menor uso de papel,
acrescentou ainda.Pelo executivo regional,
a secretária com a tutela do Ambiente, Marta Guerreiro, garantiu o
empenho nas matérias relacionadas com o combate aos plásticos
descartáveis.Numa primeira fase, as
medidas aprovadas pelo executivo no final de 2018 abrangem os órgãos e
serviços da administração regional autónoma direta, com exceção dos
setores social, da educação e da saúde, que devem apresentar, no prazo
de seis meses, um plano que permita responder aos objetivos previstos.