Parlamento dos Açores aprova quadro plurianual de programação orçamental para 2026-2029
16 de out. de 2025, 09:54
— Lusa/AO Online
A
proposta foi aprovada em votação global por maioria, com votos a favor
de PSD, CDS-PP e PPM, votos contra do PS, BE e PAN e abstenções de Chega
e IL.Na apresentação, o secretário
regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, Duarte
Freitas, disse que é “um quadro importante para definir a gestão
financeira equilibrada e sustentada” e, seguindo uma orientação do
Tribunal de Contas, o documento é apresentado “por programa orçamental e
não por departamento do Governo”.“Os
dados dos mapas refletem os valores aprovados nas orientações de médio
prazo [...] e abrangem todo o perímetro de consolidação, isto é, a
administração pública direta e indireta, e também as entidades públicas
classificadas”, esclareceu.No debate, o
deputado Carlos Silva (PS) começou por referir que o quadro apresentado
pelo Governo Regional “não cumpre exatamente aquilo que está preconizado
na lei”. O documento traduz “um desmazelo
na prestação de contas”, referiu, salientando que “é muito poucochinho”
em relação à informação apresentada.“Isto
[o quadro] é, mais ou menos, como o Melhoral [medicamento]. Não faz bem
nem faz mal. Não serve para nada, até porque fala em 2026-2029”, disse o
deputado Francisco Lima (Chega).Embora tenha admitido que o documento “tem aspetos positivos”, salientou que não passa de “uma manifestação de intenções”. Já
para Nuno Barata (IL), este “é mais um daqueles casos” de um papel que,
“não serve para nada”, pois independentemente da votação “o Governo faz
o que quer e o que lhe apetece”.O
parlamentar do BE, António Lima, também afirmou que o quadro plurianual
de programação orçamental tem sido, nos últimos anos, “um documento sem
utilidade”.Joaquim Machado (PSD) referiu
que o documento em discussão “não tem uma relevância tão grande quanto,
porventura, estaria no espírito do legislador da Lei de Finanças
Regionais”, mas teve a virtude de, “mais uma vez, se comprovar que as
boas notícias para os Açores são sempre uma má notícia para o PS”, numa
alusão ao facto de o Orçamento do Estado para 2026 contemplar 150
milhões de euros a título extraordinário, em vez de 75 milhões de euros
como aconteceu no ano passado.Na sessão
plenária, o parlamento dos Açores rejeitou, por maioria, uma
proposta do BE para atribuição de suplemento remuneratório aos
assistentes técnicos da Subdireção Regional dos Transportes Terrestres,
que para o executivo e alguns partidos criaria injustiças laborais na
região.A proposta foi rejeitada com votos
contra de PSD, Chega, CDS-PP, PPM e PAN, a abstenção dos eleitos do PS e
com um voto a favor do BE.Na apresentação
da proposta do projeto de Decreto Legislativo Regional pela
dignificação e valorização dos assistentes técnicos da Subdireção
Regional dos Transportes Terrestres dos Açores, o deputado António Lima
(BE) disse que o objetivo era “corrigir uma injustiça que se arrasta há
anos”.