Parlamento dos Açores aprova por unanimidade projeto de resolução sobre subsídio de mobilidade
18 de out. de 2024, 17:16
— Lusa/AO Online
O projeto de resolução em defesa da mobilidade dos açorianos foi aprovado no último dia do plenário deste mês, na Horta.Na
sua apresentação, o deputado do PSD Joaquim Machado explicou que os
partidos proponentes são contra a portaria do Governo da República que
fixou um limite máximo de 600 euros por passagem aérea no valor elegível
para acesso ao subsídio social de mobilidade.“Temos
a ambição e não descansamos um só momento na defesa dos Açores e na
luta por melhores condições de vida para os nossos concidadãos”, disse.E
prosseguiu: “Queremos, por isso, ir mais longe, o que neste caso
significa querer reduzir o valor máximo, atualmente fixado em 134 euros a
pagar pelos passageiros residentes nas ligações entre o arquipélago e o
território continental”.Joaquim Machado
assegurou ainda que os partidos proponentes são “intransigentes na
defesa dos Açores”, independentemente da composição do Governo da
República.O Governo da República definiu,
por portaria publicada a 26 de setembro em Diário da República, um
limite máximo de 600 euros por passagem no valor elegível para acesso ao
subsídio social de mobilidade para os passageiros dos Açores que viajem
para o continente ou para a Madeira.Durante
o debate, o deputado José Pacheco (Chega) saudou os partidos da
coligação pela iniciativa, considerando que aquilo que foi feito é “um
atentado à mobilidade dos açorianos” e a região não pode ser
transformada “numa prisão”.O socialista
Luís Leal lembrou que o partido sempre disse que é contra o pagamento de
um valor acima de 134 euros pelos residentes nas ligações aéreas entre o
arquipélago e o território nacional e defendeu a necessidade da
desburocratização do acesso ao subsídio de mobilidade. Nuno
Barata (IL) explicou que acompanhava o projeto de resolução dos
partidos da coligação porque vem ao encontro do voto de protesto que
apresentou na terça-feira e que foi aprovado por unanimidade.O
parlamentar do BE, António Lima, disse que está de acordo com a
proposta na generalidade e lembrou uma posição anteriormente assumida:
“Desde o dia em que foi alterada a portaria que impôs o teto máximo ao
subsídio social de mobilidade, nós dissemos que ela era ilegal”.Para
João Mendonça (PPM), a decisão do Governo da República “compromete o
acesso dos açorianos a serviços essenciais e discrimina” o povo açoriano
e também revela “um distanciamento verdadeiramente preocupante das
reais necessidades dos açorianos”. Catarina
Cabeceiras (CDS-PP) reforçou que a decisão do Governo da República
apanhou o partido “de surpresa” e este manifestou logo a sua indignação,
por considerar que “a mobilidade dos açorianos não pode ser afetada”.O
secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo
Estêvão, lembrou que o Governo Regional tomou posição por a portaria ter
sido publicada ainda antes da decisão do grupo de trabalho.“O
Governo [açoriano] teve a oportunidade de condenar veementemente este
comportamento por parte do Governo da República. Discordamos em absoluto
que o tenham feito”, afirmou.Adiantou que
o executivo regional condena “em absoluto” a medida e a secretária
Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, também
teve esta posição “desde o início”: “Não concordamos com a fixação do
teto [valor de 600 euros] e com todas as outras medidas que foram
tomadas em relação a esta matéria”.A tomada de posição da Assembleia Regional “é de extrema importância” e o executivo açoriano está solidário, concluiu.O
parlamento dos Açores também aprovou por maioria a proposta de
Decreto Legislativo do Governo Regional sobre o regime jurídico da
carreira especial dos trabalhadores dos matadouros da Rede Regional de
Abate da região. A proposta foi aprovada com votos a favor do PSD (22),
PS (22), Chega (cinco), CDS-PP (dois), PPM (um) e IL (um) e duas
abstenções do BE e PAN.