Parlamento dos Açores aprova novo Estatuto do Pessoal Docente por unanimidade
10 de mai. de 2023, 17:49
— Lusa
A proposta
foi votada durante o plenário do parlamento açoriano na Horta, numa
sessão onde foram apreciadas propostas de alteração de PAN, BE, PS e
PSD/CDS-PP/PPM/Chega/IL/deputado independente.Durante
a discussão, que começou na terça-feira, a secretária da Educação do
Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) destacou que o novo estatuto
resultou de negociações com os sindicatos“No
momento em que, no continente, os alunos estão sem aulas, em que o
governo socialista faz um braço de ferro com os professores, nos Açores o
momento é de diálogo. Somos um exemplo pela estabilidade e apresentamos
um diploma que é, também, exemplar”, comparou.Sofia
Ribeiro realçou que o novo estatuto prevê a remuneração dos professores
estagiários, cria um regime de acompanhamento para os professores no
primeiro ano de atividade, “valoriza a formação contínua” e “alarga os
incentivos à estabilidade”.“Introduzimos
apoios ao alojamento, concedemos uma bonificação aos docentes
contratados que se mantenham na mesma escola durante três anos
consecutivos. Clarificamos o conteúdo das componentes letiva e não
letiva do trabalho docente”, salientou.A
governante destacou ainda que o diploma prevê o aumento do “número de
horas de acumulação permitido” e “introduz a igualdade no horário e nas
reduções dos docentes de todos os ciclos e níveis de ensino”, o que
“repõe a justiça há muito almejada pelos educadores de infância e pelos
professores do primeiro ciclo”.No debate, o
deputado do PSD Joaquim Machado considerou que o novo estatuto “é o
melhor de sempre na região”, enquanto o socialista Rodolfo Franca
defendeu uma “luta na captação de docentes”, num “enquadramento
competitivo” entre Açores, Madeira e continente.A
líder parlamentar do CDS-PP, Catarina Cabeceiras, elogiou o diploma,
que é o "possível", reconhecendo que a coligação que suporta o executivo
“gostava de ir mais além”.O liberal Nuno
Barata alertou que o novo estatuto vai “aumentar a despesa em milhões de
euros”, mas defendeu que “é bem melhor os milhões ficarem na algibeira
dos professores do que na dos despesistas”.António
Lima, do BE, considerou a iniciativa “importante”, mas defendeu “mais
ambição” para criar “justiça para que os docentes contratados recebam de
acordo com o tempo de serviço”.O deputado
do PPM Paulo Estêvão considerou a proposta “revolucionária” e “justa”,
enquanto Pedro Neves do PAN acusou os partidos de direita de
apresentarem propostas de alteração iguais às do PAN.O
parlamentar do Chega, José Pacheco, disse não ficar incomodado com o
encargo financeiro da proposta, levando o independente Carlos Furtado a
alertar que o “dinheiro não pode faltar em outros lados”.A
Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na
atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM,
dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um
deputado independente (ex-Chega).