Parlamento dos Açores aprova extinção da Azorina
14 de dez. de 2021, 19:04
— Lusa/AO Online
Na
votação na generalidade e na votação final global no plenário da
Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), a proposta
do Governo (PSD/CDS-PP/PPM) contou com 30 votos favoráveis, dos
deputados dos partidos representados no executivo e dos deputados únicos
do Chega, Iniciativa Liberal, independente e PAN.O
secretário regional das Finanças, Joaquim Bastos e Silva, justificou
que “as atribuições acometidas à Azorina não justificam a sua
manutenção, pois podem ser integradas na administração regional”.Por
outro lado, disse, “não foram totalmente cumpridos os objetivos que
presidiram à sua constituição” e a empresa “dependia financeiramente dos
contratos-programa de transferência de verbas do Governo Regional”.Para
o governante, estava em causa uma “replicação de custos e redundância”
relativamente a outros serviços da administração regional.“Não se vislumbra qualquer vantagem económica, financeira ou operacional na manutenção da Azorina”, sustentou.Bastos
e Silva garantiu que, aos 207 trabalhadores distribuídos pelas nove
ilhas, foi dada hipótese de integrar a administração pública regional ou
a opção de indemnização por extinção do posto de trabalho.Questionado
pelo atual deputado do PS e ex-presidente do Governo Regional, Vasco
Cordeiro, sobre como vai o Governo recolher o valor das entradas a não
residentes nos parques naturais, o secretário das Finanças disse não ver
“impedimento” para a cobrança.“O que não vislumbro é para que foi criada uma empresa para gerir parques naturais”, criticou.O
deputado da Iniciativa Liberal Nuno Barata explicou o voto a favor por
considerar que a proposta materializa o acordo de incidência parlamentar
assinado com o PSD após as eleições regionais de 2020.“Há
aqui uma nova estratégia para o setor empresarial regional. Falta agora
que o governo trate de dar um ímpeto novo a esta reforma”, afirmou.Para
Carlos Silva, deputado do PS, o voto contra dos socialistas deveu-se ao
facto de o Governo não ter sabido responder às questões colocadas, nem
“como vai cobrar as receitas até agora cobradas pela Azorina”.“É mais um caso que denota falta de estratégia e falta de rumo do Governo”, observou.Para Paulo Estêvão, do PPM, o que o debate mostrou é que a iniciativa era necessária. “O
anterior Governo [do PS] nunca conseguiu explicar por que motivo era
necessária uma empresa que duplicava competências da secretaria regional
do Ambiente”, indicou.Quanto aos trabalhadores, considerou que “ficam numa situação melhor”. António
Lima, do BE, alertou que a extinção “não garante os direitos de todos
os trabalhadores” e os profissionais são “tratados de forma desigual”.“Apaga-se a antiguidade e o desempenho dos dirigentes em comissão de serviço”, criticou.Sabrina
Furtado, do PSD, assegurou que “as carreiras são respeitadas, os
trabalhadores são respeitados e são respeitadas todas as regras de
contratação pública”.Para o socialista Vasco Cordeiro, “as razões pelas quais se vai extinguir a Azorina é porque foi o PS que a criou”. “Esta
proposta não diz nada sobre as razões pela qual foi criada mas diz tudo
sobre a falta de razões pelas quais vai ser extinta”, disse.Para
o líder da bancada do PSD no parlamento açoriano, João Bruto da Costa, a
empresa “vai ser extinta porque as razões pelas quais o PS a criou são
erradas”.Está em causa “um meio para criar despesa pública e não de boa gestão da coisa pública”, destacou.