Parlamento dos Açores aprova corte de 50% no aumento das subvenções partidárias
10 de abr. de 2025, 17:03
— Lusa/AO Online
A medida foi
apresentada pelo presidente da Assembleia, o social-democrata Luís
Garcia, que disse ter chegado a um entendimento com a maioria dos
partidos representados no parlamento açoriano, no sentido de reduzir de
655 mil para 327,5 mil euros, o aumento dos apoios às forças políticas
em 2025.Mas José Pacheco, líder
parlamentar do Chega, entende que, mesmo assim, os aumentos previstos
nestes apoios aos partidos são “inaceitáveis” e “escandalosos” para uma
região “pobre” como os Açores.“Isto é
inaceitável! É uma vergonha! Vamos lutar contra este arranjinho entre os
dois maiores partidos [PSD e PS], que vão receber mais 22 mil euros por
mês”, disse o parlamentar do Chega, que entende que não deve existir
qualquer aumento para os grupos e representações parlamentares.As
críticas do Chega suscitaram a reação de Andreia Cardoso, líder
parlamentar do PS, que lembrou que os aumentos resultam de uma alteração
ao Orçamento de Estado para 2025, que aboliu a lei travão que existia
desde 2017, nas subvenções partidárias nos Açores.“O
que se fez foi evitar que houvesse um aumento ainda maior!”, lembrou a
deputada socialista, recusando as acusações “demagógicas” do Chega a
propósito do gasto excessivo do funcionamento do órgão máximo da
autonomia regional: “o senhor não vem dar lições de moral a ninguém!”Também
João Bruto da Costa, líder parlamentar do PSD, lembrou que “não há
democracia sem partidos”, recordando que a sua bancada parlamentar tem
gerido “com parcimónia” os dinheiros públicos."Só
no ano passado, poupámos a esta casa 190 mil euros”, afirmou o deputado
social-democrata, referindo-se a verbas a que o seu grupo parlamentar
tinha direito, para despesas do seu gabinete, que não terão sido
totalmente executadas.António Lima,
deputado do Bloco de Esquerda, lamentou também as acusações do Chega,
por considerar que mais não fez do que “atacar o parlamento, atacar a
democracia e arrastar as instituições para a lama”.De
acordo com a lei do financiamento dos partidos, cada força política com
assento parlamentar tem direito a dois salários mínimos e meio por cada
deputado eleito, valor que estava congelado, no entanto, desde 2017, e
que foi agora atualizado, por via de uma alteração aprovada durante o
debate e votação do Orçamento de Estado para 2025.A
Assembleia Legislativa dos Açores iria gastar mais 655 mil euros, só
este ano, na sequência desse descongelamento, valor que será reduzido
para metade, por via desta alteração à orgânica do parlamento, agora
aprovada.A Assembleia Regional aprovou,
também por maioria, o primeiro orçamento suplementar para 2025, que
inclui o saldo de gerência de 2024, que se cifrou em 1,5 milhões de
euros, verbas que serão utilizadas na valorização dos salários dos
funcionários, no descongelamento dos salários dos políticos, na
aquisição de mobiliário e na compra de equipamento técnico.