Parlamento discute quarta-feira recomendações para melhorar mobilidade no Interior
11 de dez. de 2019, 09:30
— Lusa/AO Online
Na
sua proposta, 54 deputados do PSD, “eleitos por círculos eleitorais dos
territórios de mais baixa densidade do país”, pedem à Assembleia da
República (AR) para recomendar ao Governo que “adote com urgência
políticas de equilíbrio e de coesão territorial, incentivando, tal como
fez com os passes sociais, a mobilidade das populações que residam,
trabalhem ou se desloquem fora das duas Áreas Metropolitanas do país”.Os
social-democratas propõem a redução das portagens das antigas SCUT e
outras autoestradas idênticas em 50% para todos os veículos a combustão e
de 75% para veículos totalmente elétricos, a redução para metade no
preço dos bilhetes dos comboios regionais e intercidades não abrangidos
pelo PART e, nas regiões sem cobertura da rede de transportes públicos
ou onde ela seja deficitária, a promoção do regime do “transporte a
pedido ou flexível”.O Bloco de Esquerda
quer a aprovação de uma recomendação para uma “efetiva aplicação” do
Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) “em todo o território
nacional”, para o que o Governo deverá estabelecer mecanismos
obrigatórios de articulação entre Comunidades Intermunicipais (CIM) e
Áreas Metropolitanas.Os bloquistas
defendem que “as populações que utilizam transporte público nos seus
movimentos pendulares fiquem abrangidas pela redução tarifária em todo o
percurso da deslocação, mesmo que atravesse mais do que uma CIM ou Área
Metropolitana e independentemente do(s) meio(s) de transporte
utilizado(s) ser(em) ou não gerido(s) pela CIM de origem”.Os
Verdes, para a “promoção efetiva dos transportes coletivos” e equidade
entre as várias áreas geográficas do país, pretendem que o parlamento
recomende ao Governo “reduções tarifárias em todo o território nacional,
tendo como base o valor máximo de 30 euros para passes municipais e de
40 euros para passes regionais”.O partido
ecologista entende ainda como necessária a abolição das portagens nas
ex-SCUT, campanhas de informação e sensibilização sobre os benefícios de
utilização dos transportes coletivos e que o Governo inclua um aumento
do investimento público no Programa Nacional de Investimentos 2030”.Na
sua proposta, o CDS-PP defende condições para o aumento das deduções
dos encargos com os transportes para os contribuintes residentes em
territórios do interior, no âmbito de políticas de promoção da coesão
social e territorial, contribuindo “progressivamente para a diminuição
das desigualdades territoriais”.Os
centristas consideram que “deve o Governo proceder ao estudo e
desenvolvimento de medidas para que os custos de transporte, desde a
gasolina, os bilhetes de comboios ou as portagens possam ser deduzidos à
coleta por parte dos contribuintes que tenham residência no interior do
país”.O PART contou com 104 milhões de
euros do Fundo Ambiental, através do Orçamento do Estado para 2019, para
que Áreas Metropolitanas e CIM adotassem medidas de redução tarifária
nos transportes públicos nos respetivos territórios.A
Área Metropolitana de Lisboa, com mais de 464 mil utilizadores dos
transportes públicos, recebeu 74,8 milhões de euros, enquanto a Área
Metropolitana do Porto, com 177,5 mil utilizadores, recebeu 15,4 milhões
e as 21 CIM um total de 23,2 milhões de euros.