Parlamento debate quarta-feira Programa de Estabilidade e Programa Nacional de Reformas
23 de abr. de 2019, 17:47
— Lusa/AO Online
O
PSD propõe a rejeição da “estratégia e caminho económico e orçamental”
previstos no Programa de Estabilidade, enquanto o CDS-PP quer que a
Assembleia da República recuse o próprio documento apresentado à
Assembleia da República em 15 de abril.Apesar
de os líderes do BE, Catarina Martins, e do PCP, Jerónimo de Sousa,
ainda não terem antecipado sentidos de voto, o mais provável é que, como
em anos anteriores, a esquerda se junte para rejeitar estas resoluções
de PSD e CDS-PP que, de qualquer forma, não têm força legislativa.O
mesmo destino, embora com votação diferente, deverá ter a resolução do
PCP para que o parlamento recuse “as opções assentes na submissão à
União Europeia e ao Euro” e canalize recursos para melhorar salários e
pensões, bem como os serviços públicos.PSD
e CDS-PP apresentaram ainda resoluções relativas ao Programa Nacional
de Reformas, com os sociais-democratas a proporem medidas para “uma
alternativa de crescimento forte e sustentável” e os democratas-cristãos
a recomendarem ao Governo, num diploma de 128 páginas, medidas que
“permitam colocar Portugal numa trajetória sustentada de crescimento
económico e emprego”.O Governo apresentou
no dia 15 de abril o Programa de Estabilidade para 2019-2023, no qual
mantém a meta de défice de 0,2% do PIB para 2019 e prevê um excedente
para 2020 (0,3% do PIB).No documento, o
executivo reviu em baixa o crescimento da economia para 2019, apontando
agora para uma expansão de 1,9%, um decréscimo face aos 2,2% que o
Governo antecipava no Orçamento do Estado, mas que supera as previsões
dos restantes organismos.Quanto ao
desemprego, o Governo antecipa que a taxa desça dos 7% registados em
2018 para os 6,6% este ano, caindo para 6,3% em 2020.Na
apresentação do documento, o ministro das Finanças, Mário Centeno,
afirmou que o Programa de Estabilidade 2019-2023 “não é um programa
eleitoral”, mas “de estabilidade” e que caberá ao próximo governo
apresentar novas medidas.Já o líder do
PSD, Rui Rio, considerou que o Programa de Estabilidade não é, à
partida, "exequível", classificando-o como “um programa desenhado para
apresentar em Bruxelas em período pré-eleitoral” e acusando o Governo de
não ter preparado a economia para um ciclo mais baixo.A
coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou que o debate do
Programa de Estabilidade terá “uma importância política muito reduzida”,
por haver eleições este ano, e justificou que, por essa razão, o
partido não levará a votos qualquer resolução, ao contrário do que fez
no ano passado.A presidente do CDS-PP,
Assunção Cristas, tem criticado a falta de estratégia do Programa de
Estabilidade para recuperar a economia “que está a desacelerar”,
justificando a apresentação de um programa alternativo por parte dos
democratas-cristãos.Já o secretário-geral
comunista, Jerónimo de Sousa, considerou que este Programa de
Estabilidade não corresponde às necessidades do país e contempla
“limitações que resultam das imposições e submissão à União Europeia”. O
debate, com início marcado para as 10 horas (menos uma nos Açores), tem uma duração prevista de
duas horas e contará com a presença do ministro das Finanças, Mário
Centeno.