Parlamento debate maior proteção e apoio às vítimas de violência doméstica a pedido do PS
18 de dez. de 2024, 13:08
— Lusa/AO Online
Em
declarações à agência Lusa, a líder parlamentar do PS, Alexandra
Leitão, antecipou as linhas gerais do agendamento dos socialistas para
esta tarde no plenário da Assembleia da República, ao qual se juntaram
propostas de todos os restantes partidos representados no parlamento,
sendo debatidas 16 propostas no total.O
projeto de lei do PS para reforço dos instrumentos de proteção e apoio
às vítimas de violência doméstica parte, segundo Alexandra Leitão, da
“assunção do combate à violência doméstica como uma prioridade absoluta”
já que este é “o crime que mais mata em Portugal”, tendo este ano já
morrido 25 pessoas.“Para continuarmos este
combate é preciso que as pessoas tenham confiança no sistema para que
as vítimas denunciem e sintam que são protegidas pelo seu país, pelo
Estado e pelas autoridades”, defendeu, manifestando expectativa que esta
iniciativa seja aprovada.Uma das
propostas é, de acordo com a líder parlamentar do PS, a “criação de um
rendimento de autonomia de 509 euros a pagar durante seis meses para as
vítimas que precisem de sair de casa”, uma ajuda para que “possam
reconstruir a sua vida” e que é acumulável com outros rendimentos.O
PS propõe ainda alargar os apoios da porta 65, garantir creches ou
jardins-de-infância para os filhos e também lugares em estabelecimentos
para os ascendentes que essa pessoa tenha a cargo.Alexandra
Leitão explicou ainda que o PS quer que obrigatoriamente haja uma
averiguação sempre que uma vítima que está sinalizada e que foi
acompanhada venha a ser vítima de homicídio ou tentativa do mesmo porque
“se a pessoa está sinalizada o Estado tem que a proteger”.“Apoio
judiciário em todas as suas dimensões, com a atribuição imediata de um
advogado oficioso, preferencialmente alguém que tenha formação nesta
área”, acrescentou ainda.Entre os outros
diplomas em debate hoje no parlamento está um projeto de lei do PAN para
que seja criada uma pensão para as crianças e jovens órfãs em
consequência de homicídio em contexto de violência doméstica ou um do
Chega para que seja assegurada a nomeação de patrono em escalas de
prevenção para as vítimas violência doméstica.Também
o PCP tem um projeto de lei para reforço da proteção destas vítimas e,
entre as medidas propostas, está a nomeação de advogado por via de
escala de prevenção, preferencialmente com formação na matéria de apoio à
vítima, a isenção de custas e a obrigatoriedade de notificação do
arguido para realização de perícia médica sempre que da denúncia
resultar a constituição de arguido pela prática do crime de violência
doméstica.O BE propõe um apoio à renda
para vítimas de violência doméstica e o Livre o alargamento do período
de concessão e dos pressupostos de atribuição do subsídio de
reestruturação familiar para vítimas de violência doméstica.Já
a IL quer que seja assegurada a nomeação de patrono às vítimas
especialmente vulneráveis e que seja consagrado expressamente o crime de
exposição de menor a violência doméstica.Dos
partidos que apoiam o Governo surgem apenas projetos de resolução (sem
força de lei), recomendando o PSD o alargamento dos programas de
reabilitação para agressores de violência doméstica e o reforço de
medidas no âmbito da prevenção e combate à violência doméstica contra
pessoas idosas, enquanto o CDS-PP sugere o combate à violência
doméstica, através de mais prevenção, formação de entidades e maior
apoio à vítima.