Parlamento debate cinco projetos para reorganização do Conselho das Comunidades Portuguesas
1 de mar. de 2023, 17:19
— Lusa
Reivindicada há
vários anos pelo CCP, a reorganização deste órgão consultivo do Governo
para as questões da emigração avança agora através de cinco projetos de
lei, do PS, PSD, PCP, PAN e Chega.Contudo,
e conforme a Lusa já divulgou, este órgão está contra duas propostas do
projeto de lei do PS sobre a reorganização do CCP, nomeadamente sobre a
limitação de mandatos e a definição de atribuições.O
CCP não concorda com “a limitação de mandatos” defendida pelos
socialistas, considerando que “confunde o exercício [de] autarca ou do
executivo local com uma função de aconselhamento (inerente ao CCP) de
quem lida pelas comunidades e nem tem qualquer poder executivo ou
legislativo”.Por outro lado, também está
contra a existência de “atribuições de quem é funcionário de governos ou
mesmo de Estado, repassando-as ao CCP, o que extrapola novamente a
natureza jurídica deste mero órgão de aconselhamento e dos seus
integrantes”.Tanto a iniciativa socialista
como a do PSD convergem no aumento para 90 conselheiros (atualmente são
80), apesar de o CCP propor um aumento para 100.A
alteração da lei que define as competências, modo de organização e
funcionamento do Conselho é igualmente proposta em iniciativas do PCP,
Pessoas-Animais-Natureza (PAN) e Chega.O
plenário vai ainda discutir um projeto de resolução (PS) que recomenda
ao Governo a realização de uma experiência de voto eletrónico presencial
em mobilidade nos círculos eleitorais das comunidades e um projeto de
lei do PSD que consagra a possibilidade de opção pelo voto por
correspondência, em alternativa ao voto presencial, aos eleitores
residentes no estrangeiro nas eleições presidenciais e nas eleições
europeias, assegurando a implementação, nas próximas eleições europeias,
de um projeto-piloto não vinculativo de voto eletrónico não presencial
destinado aos eleitores residentes no estrangeiro.O
PAN apresenta neste dia mais três projetos de lei, um que propõe a
alteração da Lei Eleitoral para a Assembleia da República, reduzindo
para 10 o número de círculos eleitorais e criando um círculo eleitoral
da emigração e um círculo nacional de compensação e um outro que propõe o
alargamento do direito de voto antecipado no âmbito das eleições para
os órgãos das autarquias locais e melhorando o processo eleitoral nos
círculos da emigração no âmbito das eleições para a Assembleia da
República.E apresenta um projeto de lei
que estabelece o regime jurídico aplicável ao esclarecimento cívico e ao
direito de antena no âmbito das eleições para Presidente da República,
Assembleia da República, Assembleia Legislativa Regional dos Açores,
Assembleia Legislativa Regional da Madeira, Parlamento Europeu e dos
órgãos das autarquias locais, bem como no âmbito dos referendos
nacionais, regionais e locais.O PS vai
ainda recomendar ao Governo que valorize a participação cidadã nos
procedimentos eleitorais, revendo os valores das compensações pela
participação nas assembleias de voto e ainda apresentar um projeto de
resolução que determina a preparação da codificação da legislação
eleitoral.Ainda nesta área, o plenário
debate um projeto de lei do Livre que revê as leis eleitorais, alargando
o leque de inelegibilidades para a Assembleia da República, consagra um
círculo nacional de compensação e alarga o período de campanha
eleitoral e o voto por correspondência às eleições para a Presidência da
República, estabelecendo regras relacionadas com os debates
televisivos, a remoção da propaganda eleitoral e a possibilidade de
missões internacionais de observadores.Do
mesmo partido os deputados irão debater um projeto de lei que consagra
um prazo para remoção da propaganda eleitoral e determina que a sua
violação constitui contraordenação e um outro que cria uma comissão
nacional para debates eleitorais e altera a lei da cobertura eleitoral.Em
debate estará ainda uma petição que visa uma maior conversão de votos
em mandatos, melhorando assim a representatividade e o pluralismo.