Parlamento da Madeira começa hoje a discutir Orçamento e Plano da Região para 2018
18 de dez. de 2017, 08:04
— Lusa/AO Online
Hoje tem início o
debate na generalidade, sendo os três dias seguintes destinados à
discussão em sede de especialidade nas respetivas comissões
parlamentares. A votação final global está agendada para a sexta-feira.O
vice-presidente do executivo madeirense, Pedro Calado, apresentou as
propostas a 24 de novembro, sustentando que a Região foi obrigada a
“realizar um enorme esforço financeiro, tendo em conta a pouca liberdade
de ação e os fortes condicionalismos impostos pelo Governo da
República".O
governante também mencionou que o Orçamento Regional para 2018 "dá
continuidade à política de sustentabilidade económica, financeira e
social da Região, em linha com o programa do Governo Regional e concilia
a necessidade de equilíbrio das contas públicas com o reforço do
investimento nas áreas sociais, no valor de 835 milhões de euros".Noutra
ocasião, numa audição no parlamento madeirense, o responsável, que
tutela a pasta das Finanças, apontou que o Orçamento é superior ao deste
ano (1.774 milhões de euros), mas que isso tem a ver "única e
exclusivamente" com operações de amortização de empréstimos, lembrando
que cerca de 600 milhões de euros (ME) se destinam ao serviço da dívida.Quanto
à área da Saúde, o governo insular inscreveu 311 milhões de euros (mais
34 milhões de euros que em 2017) e para a habitação social conta com
12,6 milhões, destinados à requalificação dos bairros. Também
incluiu na proposta 5,6 milhões de euros para o pagamento das
expropriações necessárias ao projeto estruturante do novo Hospital
Central da Madeira, bem como uma dotação de 1,1 milhões de euros para a
continuação dos estudos necessários, projetos de especialidade e
lançamento do concurso público internacional para a obra.No
que diz respeito a receitas, o Orçamento Regional para 2018 contempla
850 milhões de euros na vertente fiscal, 340 milhões de euros de
transferências, 531 milhões de euros de passivos financeiros e 165
milhões de euros de outras receitas.Em relação a despesas, apresenta 1.203 milhões de euros de despesas correntes e 682 milhões de despesas de capital.A
proposta orçamental também prevê a introdução de novos escalões de IRS
(de cinco para sete), reduzindo a taxa média de imposto entre o segundo
escalão e o último escalão de rendimento coletável, além da redução do
IRC em 1% para as Pequenas e Médias Empresas, passando de 17% para 16%,
são, entre outras, medidas de desagravamento fiscal do Governo Regional
para 2018.Da
proposta consta a inscrição de 5,6 ME para a prossecução do
descongelamento gradual das carreiras em toda a função pública e uma
verba de 3 ME para o reforço das políticas de emprego. Os partidos da oposição na Madeira têm vindo a criticar estas propostas.Este
é o caso do presidente do PS/Madeira, Carlos Pereira, que considerou
que este é um “orçamento de marcha atrás”, nomeadamente na política de
investimentos rodoviários e de betão, tendo anunciado cerca de oito
dezenas de propostas de alteração.Por
seu turno, o líder do CDS madeirense classificou este orçamento de
“bomba-relógio”, assegurando que o partido vai votar contra caso as suas
propostas de alteração não sejam atendidas.