Autor: Lusa/AO Online
No
sábado, foi publicado em Diário da República o mapa oficial com os
resultados das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, o que,
segundo a Constituição, determina que a primeira reunião da Assembleia
da República da nova legislatura se realize três dias depois: na
terça-feira, 03 de junho.
Esta já era a
data apontada como provável para o arranque da XVII legislatura, com uma
conferência de líderes convocada para hoje às 15:30 para organizar os
trabalhos.
Como é habitual, a primeira reunião plenária deverá dividir-se em duas partes, uma de manhã e outra à tarde.
Pelas
10:00, será lido e votado o projeto de resolução para a constituição da
Comissão Eventual de Verificação de Poderes dos Deputados Eleitos,
constituída por sete deputados do PSD, cinco deputados do PS e cinco
deputados do Chega. Iniciativa Liberal, Livre, PCP e CDS indicam um
deputado cada um para essa comissão.
Nesse
mesmo dia, os trabalhos reiniciam-se pelas 15:00 para leitura do
relatório e votação do parecer da Comissão de Verificação de Poderes dos
Deputados Eleitos e para a eleição da mesa do parlamento, constituída
por vice-presidentes, secretários e vice-secretário.
O
atual presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar Branco
(PSD), já manifestou disponibilidade para se recandidatar e o PS indicou
que não irá criar obstáculos.
No ano
passado, Aguiar-Branco só foi eleito à quarta tentativa e depois de um
acordo entre PSD e PS para dividir a meio a presidência do parlamento
durante a legislatura – mas esta acabou interrompida antes devido à
demissão do Governo PSD/CDS-PP após a rejeição de uma moção de confiança
pelo parlamento.
A AD (coligação
PSD/CDS-PP) venceu as legislativas de 18 de maio e elegeu 91 deputados
em 230, dos quais 89 são do PSD e dois do CDS-PP.
Após
a distribuição dos mandatos da emigração, o Chega passou a ser a
segunda maior força parlamentar, com 60 deputados, mais dois do que os
58 eleitos pelo PS, que teve mais votos.
A
IL manteve-se o quarto maior partido no parlamento, com nove deputados,
seguindo-se o Livre, com seis, o PCP, com três, e o BE, o PAN e o JPP,
com um cada.
Na XVII legislatura, a
Assembleia da República passará a ter dez forças políticas
representadas, em vez de nove, com a entrada inédita do JPP. Terá,
contudo, menos grupos parlamentares, sete (contra oito na anterior), já
que três partidos estarão representados por deputados únicos.
Após
a instalação do parlamento e da posse dos novos deputados, o
primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, poderá propor formalmente
ao Presidente da República a composição do futuro Governo
Constitucional, o XXV, e o segundo que irá liderar.
O
chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, já disse esperar dar posse a
todo o Governo antes do 10 de junho, quer seja numa cerimónia única para
empossar todo o executivo ou em dois momentos - tomando primeiro posse
Luís Montenegro e os ministros e só depois os secretários de Estado, tal
como aconteceu em 2024.
No domingo, o
primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, corroborou este
calendário, dizendo que a formação do Governo “está em curso”, uma
tarefa que espera concluída “lá mais para o fim da semana”.
Na
quinta-feira, e à saída de uma audiência em Belém, Montenegro admitiu
que o futuro Governo vai ter “muitos elementos que transitam do
anterior”, embora prometendo um executivo “com renovada energia”.
De
acordo com a Constituição, o Governo só entrará em plenitude de funções
após a apreciação do seu programa pelo parlamento, se não for
rejeitado, o que tem de acontecer num prazo máximo de dez dias após o
executivo ter sido empossado.