Parlamento começa esta segunda-feira a votar quase mil propostas de alteração
OE2019
26 de nov. de 2018, 10:34
— Lusa/AO Online
A
página do parlamento na internet indica 993 propostas de alteração, com
o Bloco de Esquerda a registar o maior número de iniciativas (197) e o
PEV o menor (44). Já o PCP apresentou 183 propostas de alteração, o CDS
168, o PSD 169, o PAN 129 e o PS 103. A
proposta do Governo de OE2019 foi entregue na Assembleia da República
em 15 de outubro e debatida na generalidade entre 29 e 30 de outubro,
tendo sido aprovada com votos a favor de PS, BE, PCP, PEV e PAN e votos
contra de PSD e CDS-PP.O
documento e as propostas de alteração começam hoje a ser discutidas e
votadas, uma a uma, em sede de especialidade, um processo que termina na
quinta-feira, dia 29 de novembro, com a sessão de encerramento e a
votação final global da proposta de OE2019.Entre
os temas mais polémicos estão medidas como a recuperação do tempo de
serviço das carreiras especiais, onde se incluem os professores, para
efeito das progressões na carreira, e o IVA nas touradas.Em
debate estará também o alargamento à função pública do fim do fator de
sustentabilidade (corte de 14,5%) nas reformas antecipadas para quem se
reforme com pelo menos 40 anos de descontos aos 60 de idade. Ainda
na área das pensões, a proposta do Governo estabelece que em janeiro,
além da atualização anual de acordo com a lei, haverá um aumento
extraordinário até 10 euros, que será pago também em janeiro (e não em
agosto como aconteceu em anos anteriores). Há
ainda centenas de propostas na área dos impostos, com alguns partidos a
exigirem a atualização dos escalões do IRS à taxa de inflação e com o
PCP a insistir no aumento do mínimo de existência (limiar a partir do
qual se paga IRS). Já o PS quer isentar as pessoas com mais de 65 anos
das mais-valias imobiliárias, enquanto Bloco de Esquerda e PSD querem
agravar a taxa. Na
sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, apelou ao sentido de
responsabilidade dos partidos nas votações na especialidade do OE2019,
defendendo que as propostas de alteração, no seu conjunto, representam
um desvio de 5,7 mil milhões de euros."Se
somarmos a totalidade das propostas de alteração ao Orçamento dos
diferentes partidos [em sede de especialidade] para reduzir a receita ou
aumentar a despesa, teríamos uma catástrofe orçamental, porque a soma
de tudo daria um desvio de 5,7 mil milhões de euros", afirmou o líder do
executivo.De
acordo com as contas do primeiro-ministro, se as propostas dos partidos
que não integram o Governo fossem todas aprovadas, "haveria uma redução
de 3,8 mil milhões de euros na receita do Estado e um aumento de cerca
de 1,9 mil milhões de euros de despesa".