Parlamento autoriza deslocação do Presidente da República ao Qatar
Mundial2022
22 de nov. de 2022, 13:03
— Lusa/AO Online
O projeto
de resolução apresentado pelo presidente da Assembleia da República foi
aprovado com votos a favor das bancadas do PS, PSD e PCP, abstenção do
Chega e votos contra de IL, BE, PAN e Livre. Os
deputados do PS Isabel Moreira, Alexandra Leitão, Carla Miranda e Pedro
Delgado Alves votaram contra este projeto de resolução, e abstiveram-se
os deputados do PSD Hugo Carneiro, António Topa Gomes e Fátima Ramos e
os socialistas Maria João Castro, Miguel Rodrigues e Eduardo Alves. O
Presidente da República não pode ausentar-se do território nacional sem
o assentimento da Assembleia da República, de acordo com a
Constituição.No pedido de deslocação,
Marcelo Rebelo de Sousa solicita autorização ao parlamento para se
ausentar do país entre quarta e sexta-feira para assistir ao primeiro
jogo da seleção no Qatar, e admite a possibilidade de a deslocação se
efetuar via Cairo para participar numa conferência sobre o “Futuro da
Educação de Qualidade”, juntamente com outros chefes de Estado.Na
mesma carta dirigida ao presidente do parlamento, Marcelo Rebelo de
Sousa refere que “foi acordada a participação das mais altas figuras do
Estado nos jogos da Seleção das Quinas”, estando prevista a presença do
presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, no segundo
jogo (28 de novembro) e do primeiro-ministro, António Costa, no terceiro
(a 02 de dezembro).Na passada
quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “o Qatar não respeita os
direitos humanos”, mas pediu que o foco se concentrasse na seleção
nacional, declarações que geraram críticas de vários partidos.“O
Qatar não respeita os direitos humanos. Toda a construção dos estádios e
tal..., mas, enfim, esqueçamos isto. É criticável, mas concentremo-nos
na equipa. Começámos muito bem e terminámos em cheio”, disse Marcelo
Rebelo de Sousa, no final do jogo de preparação entre Portugal e a
Nigéria, em Lisboa.Um dia depois, em
Fátima, o chefe de Estado ressalvou que iria marcar presença no primeiro
jogo se o parlamento o permitisse e assegurou que pretendia falar de
direitos humanos.Também na sexta-feira, o
primeiro-ministro, António Costa, afirmou que os responsáveis políticos
portugueses estarão no Campeonato do Mundo de Futebol, no Qatar, a
apoiar a seleção nacional e não a violação dos direitos humanos ou a
discriminação das mulheres nesse país.“O
campeonato do mundo é lá [no Qatar] e quando formos lá não vamos
seguramente apoiar o regime do Qatar, a violação dos direitos humanos no
Qatar e a discriminação das mulheres no Qatar. Quando formos lá, vamos
apoiar a seleção nacional, a seleção de todos os portugueses, a seleção
que veste a bandeira”, sustentou.