Parlamento aprova hoje uso obrigatório de máscaras na rua por três meses
Covid-19
23 de out. de 2020, 10:37
— Lusa/AO Online
O
diploma, que deverá ter hoje votação na generalidade, especialidade e
final global, conta com aprovação garantida com os votos favoráveis de,
pelo menos, PSD, PS e CDS-PP. Fonte do BE
disse à Lusa que o partido viabilizará o diploma na generalidade porque,
"desde o primeiro momento acompanha a necessidade do uso de máscara na
rua, em contextos de aglomeração de pessoas" no âmbito da pandemia de
covid-19, e irá propor na especialidade a distribuição gratuita de
máscaras para que a medida não penalize "os setores mais vulneráveis da
população".O PCP irá abster-se, tal como o PEV, disseram à Lusa fontes dos dois partidos.O
deputado único e presidente do Chega, André Ventura, que tinha
anunciado ser contra a medida, não irá votar o diploma, uma vez que se
encontra em campanha nos Açores. Já a Iniciativa Liberal apenas adiantou
que não votará favoravelmente.A
iniciativa do PSD surgiu na sequência da proposta de lei apresentada
pelo Governo na semana passada, que pretendia tornar obrigatório quer o
uso de máscara quer da aplicação informática StayAway Covid.Depois
das críticas generalizadas dos partidos - incluindo do PS - à
obrigatoriedade de usar a ‘app’ que foi anunciada há meses como
voluntária, o presidente do PSD, Rui Rio, anunciou a intenção dos
sociais-democratas apresentarem um projeto idêntico ao do Governo, mas
apenas na parte relativa às máscaras, o que foi concretizado na passada
sexta-feira.Em entrevista à TVI na
segunda-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o
Governo iria “desagendar" a apreciação do seu diploma, ficando apenas a
proposta "consensual" do PSD sobre a imposição do uso da máscara.Em
relação ao diploma do Governo, o PSD clarificou a vigência da lei - por
90 dias, renováveis - e criou um artigo que dá às Regiões Autónomas da
Madeira e dos Açores competência para modular a medida, além de retirar
quaisquer referências à StayAway Covid.Na
quinta-feira, os sociais-democratas entregaram um texto substituído em
relação ao seu diploma inicial, com alterações “transmitidas
previamente” ao PS, que mereceram a concordância dos socialistas, e que,
entre outras medidas, eliminam a possibilidade de a viseira ser usada
como alternativa à máscara.O diploma
determina que é obrigatório o uso de máscara aos maiores de dez anos
para o acesso, circulação ou permanência nos espaços e vias públicas
“sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de
saúde se mostre impraticável”.Pode haver
dispensa desta obrigatoriedade “em relação a pessoas que integrem o
mesmo agregado familiar, quando não se encontrem na proximidade de
terceiros” ou mediante a apresentação de um atestado médico de
incapacidade multiusos ou declaração médica que ateste que a condição
clínica ou deficiência cognitiva não permitem o uso de máscaras.Também
não é obrigatório o uso de máscara quando tal “seja incompatível com a
natureza das atividades que as pessoas se encontrem a realizar”.A
fiscalização “compete às forças de segurança e às polícias municipais” e
o incumprimento do uso de máscara constitui contraordenação, sancionada
com coima entre os 100 e os 500 euros.Portugal
contabiliza pelo menos 2.245 mortos associados à covid-19 em 109.541
casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral
da Saúde (DGS).