Parlamento açoriano recomenda extensão de apoios a trabalhadores independentes
20 de mai. de 2021, 10:14
— Lusa/AO Online
O
projeto de resolução pretende que se faça um levantamento dos
trabalhadores independentes de todos os setores “que tenham sido e/ou
estejam a ser afetados pela situação de crise sanitária e não se
encontrem enquadrados nos apoios públicos e sociais”, e pede que lhes
sejam garantidos os mesmos apoios que foram assegurados aos
profissionais de informação turística, depois da aprovação, em janeiro,
de um projeto de resolução apresentado pelo PAN nesse sentido.Este documento mereceu o apoio unânime das oito bancadas parlamentares (PS, PSD, CDS-PP, PPM, Chega IL e PAN).O
debate ficou, no entanto, marcado por trocas de acusações em relação
aos tempos de implementação das medidas aprovadas naquela Câmara, depois
de o secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração
Pública, Joaquim Bastos e Silva, ter adiantado que os apoios aprovados
em janeiro ainda não estavam a ser aplicados.“Relativamente
aos profissionais de informação turística, os que são empresários em
nome individual já se candidataram e estão abrangidos pelos sucessivos
trimestres do Apoiar.pt. A lista dos profissionais que não são
empresários foi solicitada à associação [AGITA – Associação de Guias de
Informação Turística]” e ainda não houve resposta, disse o governante.O
responsável pela tutela das Finanças viria a pedir desculpa por não ter
a informação, mas garantiu que vai informar, “de forma cabal e
completa, o parlamento" sobre a matéria, "tão cedo quanto tenha” os
dados pedidos.O
deputado socialista Vílson Ponte Gomes considerou que “é necessária uma
resposta urgente, uma resposta eficaz, para que esses profissionais
sejam atendidos, mas, pelos vistos, não é esse o entendimento do Governo
Regional, que está a passar a culpa para cima da associação que
representa estes profissionais”.Da
parte da bancada do Bloco de Esquerda, veio o repto lançado pelo líder
parlamentar, António Lima: “Não é à associação que compete decidir quem é
que vai ou não vai receber o apoio. A quem compete decidir é à tutela, é
ao Governo, que abre a candidatura, os trabalhadores concorrem e, se
cumprirem os critérios estabelecidos, recebem”.Também
o deputado socialista Berto Messias viria a reiterar o “desrespeito do
Governo Regional por uma resolução aqui aprovada, há quatro meses,
apresentada pelo PAN”.Este
comentário mereceu uma réplica do líder parlamentar monárquico, Paulo
Estêvão, que acusou o socialista de “falta de memória”, acrescentando
que a anterior oposição, de que o PPM fazia parte, ficou “à espera,
meses e anos, que o Governo Regional executasse as medidas aprovadas na
Assembleia Legislativa Regional”.O
proponente, Nuno Barata, aproveitou a intervenção para pedir a Estêvão
que imponha “mais ritmo a este Governo”, referindo que o enunciado da
proposta pretendia “dar tempo ao Governo de fazer o trabalho que tinha
de fazer em relação à resolução do PAN, para esta poder ser eficaz”.“O problema é que agora nem a do PAN, nem esta vão ser eficazes”, lamentou o liberal.Pediu
ainda celeridade ao executivo na identificação dos trabalhadores
independentes de outros setores que não sejam abrangidos pelos apoios
existentes, porque “esses estão muito piores do que aqueles que são
representados pela AGITA", pois "nem têm associações que os
representem”.Da
bancada social-democrata veio uma acusação de “hipocrisia” ao Partido
Socialista, que, defendeu João Bruto da Costa, tem levado a que os
socialistas “usem o populismo para tentar enfrentar as medidas que este
Governo tem executado relativamente à pandemia”.