Parlamento açoriano aprova voto de protesto por incumprimento da República nos apoios à agricultura
16 de jan. de 2025, 16:42
— Lusa/AO Online
No
arranque da sessão plenária desta quinta-feira, onde foram
apresentados seis votos de protesto, o Chega começou a ronda com um
documento a dar conta do “incumprimento dos apoios à agricultura dos
Açores” pelo Governo da República.“Estão
em causa 21,3 milhões de euros que os agricultores açorianos não
receberam, criando uma discriminação insuportável aos nossos
agricultores”, referiu o deputado Francisco Lima.Na
apresentação do documento, o parlamentar do Chega afirmou que os
agricultores açorianos “estão cansados e fartos de serem enganados em
matéria de apoios pelos governos do PS e do PSD e, ao nível de
pagamentos aos agricultores, o Governo Regional [PSD/CDS-PP/PPM] também
não tem dado um bom exemplo”.Seguiram-se
intervenções de Catarina Cabeceiras (CDS-PP), Paulo Chaves (PSD) e
Patrícia Miranda (PS), após o que o secretário regional da Agricultura,
António Ventura, pretendeu usar da palavra, mas não lhe foi concedida
pelo presidente do parlamento, por tal não ser possível, de acordo com o
regimento.“O Governo [Regional] foi
diretamente interpelado e não pode usar da palavra. Isto, senhor
presidente, é uma grande cobardia política, fazer-se essa interpelação
parlamentar sem possibilitar ao Governo dar resposta relativamente ao
tema que está em apreço”, lamentou o governante.Após
uma troca de argumentos entre a bancada do executivo (secretário
regional dos Assuntos Parlamentares) e a mesa do plenário acerca da
intervenção ou não de António Ventura, os trabalhos foram interrompidos
por cerca de meia hora, por o presidente ter solicitado uma reunião da
conferência de líderes. Após os trabalhos terem sido retomados, deu-se a
votação do voto de protesto, que foi aprovado por unanimidade.A
Assembleia Regional aprovou também, por maioria, um voto de protesto do
deputado da IL, Nuno Barata, pelo teor de um comunicado do Governo
Regional sobre os votos de protesto.O
documento apresentado por Nuno Barata (IL) “protesta contra a tentativa
velada e grosseira do Governo Regional condicionar o funcionamento
democrático da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores,
condenado todas as tentativas de condicionamento das opiniões e tomadas
de posição dos deputados da oposição democrática, que a maioria
governamental está atualmente a realizar nos Açores e manifesta o seu
veemente repúdio pela tentativa da coligação governamental em coartar a
liberdade de expressão e política dos legítimos representantes do povo
dos Açores”.O parlamento açoriano rejeitou ainda quatro votos de protesto apresentados pelo BE, PS e Chega.O
BE viu rejeitados dois votos: um pela suposta “intenção do presidente
eleito dos Estados Unidos da América de deportar açorianos” e outro
“contra o aumento das tarifas dos transportes públicos coletivos
terrestres e a não implementação dos passes de mobilidade”.Já
o PS viu rejeitado o voto de protesto “pela exclusão da norma relativa à
ampliação da pista do Aeroporto da Horta no Orçamento do Estado para
2025”.Foi também reprovado um protesto do
Chega à Polícia Municipal e à Câmara de Ponta Delgada por um processo
disciplinar a um agente fardado que foi cumprimentado pelo líder André
Ventura, numa arruada realizada durante a campanha eleitoral.