Parlamento açoriano aprova voto de pesar e recorda “percurso notável”
Óbito/Joana Marques Vidal
11 de jul. de 2024, 11:57
— Lusa/AO Online
O presidente da
Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Luís Garcia, que
fez a leitura do voto de pesar, subscrito por todos os líderes
parlamentares, afirmou que Joana Marques Vidal teve “um percurso notável
e por todos reconhecido”.“Enfrentou
questões complexas como a corrupção, a criminalidade organizada e o
tráfico de droga, implementou um conjunto de reformas e melhorou a
eficácia do Ministério Público, com o intuito de promover uma atuação
transparente, acessível e responsável”, referiu.Segundo
o documento, a ex-procuradora-geral da República “foi um exemplo de
liderança, equilíbrio entre vida pessoal e profissional”, teve “uma
carreira brilhante no Ministério Público” e “o seu compromisso cívico e
integridade inabalável, inspiraram a Justiça em Portugal”.“Joana
Marques Vidal foi uma líder inovadora. O seu serviço à Justiça
Portuguesa, marcado por uma dedicação incomparável e uma abordagem
assertiva e transparente na resolução de problemas institucionais,
continuará a influenciar o sistema judicial português e todos [os] que
trabalham na área em Portugal”, lê-se.Joana
Marques Vidal exerceu em 2004 funções como Auditora Jurídica do
Representante da República para a Região Autónoma dos Açores e, em
acumulação, do Ministério Público no Tribunal de Contas, Secção Regional
Açores, assim como coordenadora do Ministério Público na Jurisdição de
Família e Menores do arquipélago, tendo deixado na região “um legado
incontornável de compromisso para com a Justiça”.A
ex-procuradora-geral da República Joana Marques Vidal morreu na
terça-feira, aos 68 anos, no Hospital de São João, no Porto, depois de
ter estado várias semanas internada em coma.Joana
Marques Vidal foi a primeira mulher a liderar a Procuradoria-Geral da
República (PGR), exercendo o cargo entre 2012 e 2018 e sendo sucedida
por Lucília Gago.Foi nomeada para a PGR em
outubro de 2012 pelo então Presidente da República Cavaco Silva,
ocupando o cargo detido até então por Pinto Monteiro.Natural
de Coimbra, onde nasceu em 1955, Joana Marques Vidal licenciou-se em
Direito em 1978 e entrou no ano seguinte para a magistratura do
Ministério Público.