Parlamento açoriano aprova proposta do BE sobre trabalhadores da Praia da Vitória
20 de out. de 2023, 17:45
— Lusa
A
proposta, apresentada pela deputada Alexandra Manes (BE) foi aprovada
com 24 votos a favor do PS, 20 do PSD, três do CDS-PP, dois do BE, dois
do PPM, um do Chega e um do PAN, um voto contra do deputado independente
e a abstenção do deputado da IL.Na
apresentação do documento, a parlamentar lembrou que, em setembro, cerca
de 30 trabalhadores da autarquia da Praia da Vitória, na ilha Terceira,
afetos à cooperativa Praia Cultural, “receberam a pior notícia que
podiam esperar” e o BE recomenda ao Governo Regional que “seja parte da
solução” e manifeste disponibilidade para integrar na administração
pública regional os 29 trabalhadores em processo de despedimento.“Há 30 famílias que esperam isso de todos nós” disse a deputada do BE.Por
sua vez, o deputado e líder do BE/Açores, António Lima, referiu que a
partir deste debate fica claro que “politicamente este processo tem que
parar” e, “se não parar, toda a responsabilidade política sobre a sua
continuação e sobre o despedimento desses trabalhadores e dessas
trabalhadoras cai em cima da senhora presidente da Câmara e de quem a
apoia”.“Discordo totalmente da visão de
quem acha que se resolvem os problemas despedindo trabalhadores. Uma
entidade pública não o pode fazer. (…) O que nós estamos aqui a procurar
e a propor é uma solução”, vincou.Durante
a discussão, o deputado Berto Messias (PS) referiu que “não há um único
indicador, um único dado, uma única orientação formal, uma única
obrigatoriedade legal que obrigue a presidente da Câmara Municipal da
Praia da Vitória, do PSD e do CDS-PP, a despedir funcionários do
universo municipal”.A situação “é uma
infeliz opção política” da autarca, disse, garantindo que, com os
socialistas na liderança da autarquia, “jamais iriam para uma situação
de despedimento”.Segundo Paulo Gomes (PSD), a preocupação do seu grupo parlamentar e do Governo Regional “são as pessoas”.Os
29 trabalhadores “estão nesta situação porque foram vítimas de uma
gestão danosa de governação entre 2005 e 2017 por parte do PS” na
autarquia da Praia da Vitória, sublinhou.Pelo
CDS-PP, Pedro Pinto, manifestou solidariedade e preocupação com a
situação e referiu que os trabalhadores “depositam uma grande esperança
nesta iniciativa [do BE] para a resolução do problema dos
despedimentos”.Paulo Estêvão (PPM) disse
que os trabalhadores, “vítimas de uma governação absolutamente
irresponsável”, “podem contar com a solidariedade, com o humanismo, da
parte do grupo parlamentar do PPM” e que o executivo de coligação
encontrará as soluções adequadas para os proteger. “Não
deixamos ninguém para trás, mesmo aqueles que foram deixados para trás
por parte do PS”, disse, considerando a proposta do BE “muito válida”
para resolver a questão.Por sua vez Nuno
Barata (IL) disse que o processo é complexo e poderá estar a criar
expectativas “na cabeça desses trabalhadores, que não sejam propriamente
aquilo que vai acontecer”.“A principal
herança deste Governo neste processo é adquirida por via das decisões da
Câmara Municipal da Praia da Vitória de agora, que corrigiu da pior
forma possível os erros da Câmara Municipal da Praia da Vitória do
passado”, alertou.Para José Pacheco
(Chega), este é mais um caso típico de análise de os contribuintes
“serem chamados a pagar as asneiras dos políticos”, uma vez que o
parlamento “foi chamado a arranjar uma solução para a asneira de uma
Câmara”.Pedro Neves (PAN) disse que a
iniciativa do BE “é justa” para com os trabalhadores despedidos na Praia
da Vitória. “Essa ajuda tem que ser dada e quanto mais pessoas nós
ajudarmos, melhor”.O independente Carlos
Furtado observou que a presidente da autarquia “há de ser julgada pelos
seus atos: se foram corretos ou não”.O
secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública
dos Açores disse que o executivo está a trabalhar para encontrar
soluções para os 29 trabalhadores despedidos.