Parlamento açoriano aprova exclusão da incidência da contribuição extraordinária sobre AL
11 de abr. de 2024, 10:23
— Lusa/AO Online
O PS apresentou um projeto de decreto
legislativo regional que estabelece a exclusão da incidência objetiva da
contribuição extraordinária sobre o AL e a monitorização do AL na
região autónoma dos Açores e os grupos parlamentares do PSD, CDS-PP e
PPM um outro pela exclusão da incidência objetiva da contribuição
extraordinária sobre o AL.A proposta da
coligação foi aprovada em votação final global, por maioria, com 22
votos a favor do PSD, 22 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do
PPM, um da IL e um do PAN e um voto contra do BE.O
diploma do PS foi rejeitado, também por maioria, na votação na
generalidade, com 22 votos a favor do PS, um da IL e um do PAN, com a
abstenção do deputado do BE, e 22 votos contra do PSD, cinco do Chega,
dois do CDS-PP e um do PPM.Na apresentação
da proposta da coligação PSD/CDS-PP/PPM, o deputado Paulo Simões (PSD),
referiu que o AL “desempenha um papel crucial no desenvolvimento do
turismo dos Açores, proporcionando uma alternativa de alojamento mais
flexível e personalizada” para quem visita o território.Os
Açores têm no AL “a simbiose perfeita em matéria de sustentabilidade” e
o crescimento do setor “tem gerado um impacto positivo direto na
economia açoriana”, disse.Paulo Simões
referiu, ainda, que além dos benefícios diretos, o setor “tem um impacto
indireto significativo na economia regional, através da receita gerada
na restauração, no aluguer de viaturas, no transporte aéreo e marítimo,
nas atividades de animação turística, nos ‘workshops’ culturais, a que
se soma o aumento da venda de produtos locais e artesanato”.Para
os partidos da coligação, “impor uma contribuição extraordinária ao AL
seria comprometer gravemente o futuro de um setor cujas receitas
cresceram mais de 20% desde 2019, um feito notável para um setor que deu
os primeiros passos no não muito longínquo ano de 2014”.A
deputada Andreia Cardoso, que apresentou a proposta do PS, que acabou
por ser rejeitada, alegou que na região vigora um regime específico
sobre o AL e que com a Lei n.º 56/2023, de 06 de outubro, foi criada a
Contribuição Extraordinária sobre o Alojamento Local (CEAL) sobre os
apartamentos e estabelecimentos de hospedagem integrados numa fração
autónoma de edifício em AL.“O artigo 3.º
do regime da CEAL, sob a epigrafe ‘Incidência objetiva’, não
contemplava, na sua redação inicial, a exclusão dos imóveis localizados
nas Regiões Autónomas, ao invés do consagrado para os territórios do
interior de Portugal continental, pese embora o facto da receita obtida
com a CEAL cobrada nas Regiões Autónomas constituir receita própria das
mesmas”, lembrou.Segundo a socialista, foi
remetida às Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas a faculdade
de estabelecerem, através de decreto legislativo regional, a exclusão da
incidência objetiva da CEAL nos respetivos territórios, pelo que urge
concretizar tal possibilidade “garantindo que os AL são alvo de mais
esta contribuição já no próximo mês de junho”.O
parlamento dos Açores é composto por 57 deputados, 23 dos quais da
bancada do PSD, outros 23 do PS, cinco do Chega, dois do CDS-PP, um do
IL, um do PAN, um do Bloco de Esquerda e um do PPM.