Parlamento açoriano aprova decreto sobre “Passes de Mobilidade” em transportes públicos
14 de set. de 2023, 07:36
— LUSA/AO online
O projeto, apresentado pelo deputado António
Lima, do BE, foi aprovado por maioria, com 24 votos a favor (PS, BE, PAN
e deputado independente) e 20 contra (PSD, CDS-PP, PPM, Chega e IL).Durante
a votação da proposta do BE, o artigo sétimo do decreto legislativo,
que fixava o preço de nove euros e o limite de utilização dos passes,
foi rejeitado.“A redução significativa do
preço não foi aprovada. Lamentamos a sua rejeição, mas esperamos que o
espírito deste diploma, que é a melhoria do serviço e a redução do
preço, seja efetivamente implementado. Porque não tendo sido aprovado o
valor que tínhamos definido -nove euros no máximo -, cabe ao Governo
[Regional] definir o preço”, declarou António Lima.Segundo
o deputado do BE, a proposta pretende “incentivar a utilização do
transporte coletivo terrestre” como alternativa ao transporte individual
e “promover a redução de custos das famílias com os transportes”.Na
discussão do tema, o deputado do PPM Gustavo Alves disse que tinha
algumas dúvidas para a sua aplicação, como a generalização por todo o
sistema de transportes públicos coletivos da região.Para
o diploma ser implementado, observou que são necessários “investimentos
em equipamentos comuns entre empresas privadas e públicas”, pelo que
“não faz sentido ficar em letra de lei um sistema que ainda não pode ser
implementado”.Pedro Neves (PAN) observou
que é possível ter sempre uma forma de operacionalizar a medida proposta
pelo BE, daí o seu voto favorável.Já o
deputado social-democrata Paulo Gomes lembrou que o Governo Regional
(PSD/CDS-PP/PPM) tem aplicado medidas no setor dos transportes, enquanto
Rui Martins (CDS-PP) referiu que “parece uma proposta pertinente mas
tem vários problemas”, como o custo na sua operacionalização.Nuno
Barata (IL) lembrou que em nove sessões de perguntas que fez ao Governo
açoriano sobre as nove ilhas, no seguimento de visitas oficiais, “em
oito delas” falou do transporte coletivo de passageiros e apenas não
apontou o caso da ilha do Corvo.O
independente Carlos Furtado referiu que “nem todas as pessoas, por
razões diversas, usam os transportes públicos” e poderá acontecer que as
verbas canalizadas para essa medida “possam faltar para outras
situações”.O deputado socialista Tiago
Branco disse que o partido concorda com as linhas orientadoras da
proposta, dada a necessidade de revisão do sistema de transportes
coletivos nos Açores.“Acho que devemos ter
uma maior pedagogia, principalmente junto dos jovens, para se
utilizarem mais os transportes públicos”, defendeu José Pacheco (Chega).No
período de discussão do assunto, a secretária regional do Turismo,
Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, alertou que “enquanto as
empresas não tiverem um sistema de bilhética” para leitura de um título
único, a medida de criação de passes de mobilidade urbano, interurbano,
combinado, marítimo ou intermodal, não é exequível.“Estamos aqui perante uma impossibilidade que eu queria deixar já muito marcada”, alertou.Berta
Cabral acrescentou que o Governo Regional tem em vigor os passes
sociais de 30 dias, para a terceira idade, de pensionista, invalidez,
desempregado e do antigo do combatente.No
segundo dia do plenário do período legislativo de setembro, o primeiro
após as férias de verão, da Assembleia Legislativa da Região Autónoma
dos Açores, na Horta, também foi aprovado por unanimidade o projeto de
Decreto Legislativo Regional n.º 94/XII “Primeira alteração ao Decreto
Legislativo Regional n.º 5/2023/A, que aprova o modelo de educação
inclusiva”, apresentado pelos grupos parlamentares do PSD, CDS-PP e PPM.