Parlamento açoriano aprova aquisição de 250 mil testes rápidos
Covid-19
27 de jan. de 2021, 11:06
— Lusa/AO Online
A
proposta apresentada pelos centristas recomenda ao Governo Regional a
aquisição de 250 mil testes rápidos de despiste ao novo coronavírus,
para permitir testar sempre que tal se justifique, e teve os votos
favoráveis dos oito partidos com assento parlamentar, que se reúnem, a
partir de hoje, em sessão plenária em formato virtual.O
CDS-PP pediu que a iniciativa fosse aprovada com caráter de urgência,
dispensando que baixasse a comissão, uma proposta que teve os votos
contra do PS, mas foi aprovada com os votos a favor de todos os outros
partidos.O deputado socialista Tiago
Lopes, anterior diretor regional da Saúde, afirmou que, antes de aprovar
a medida, deviam ser ouvidos em comissão o proponente e o secretário
regional da Saúde e Desporto sobre várias questões, como quantos destes
testes adquiridos pelo anterior executivo já tinham sido utilizados.Clélio
Meneses, responsável pela tutela, esclareceu que transitaram para o
novo executivo “100 mil testes rápidos adquiridos pelo anterior governo,
que nunca tinham sido utilizados” e que “este governo aproveitou esses
recursos”.Até agora, o executivo de
coligação PSD/CDS-PP/PPM utilizou 15.100 testes rápidos de antigénio, na
testagem massiva realizada em freguesias como Rabo de Peixe, Ponta
Garça, ou, mais recentemente, na Vila do Corvo.O
governante adiantou, ainda, que o executivo já decidiu adquirir testes
rápidos de antigénio e está a avaliar a aquisição de testes de saliva,
informando-se junto de especialistas sobre a sua fiabilidade.Para o CDS-PP, a medida é “coerente” e é “também prudente”, afirmou a líder parlamentar centrista Catarina Cabeceiras.Respondendo
a questões sobre o número de testes sugeridos, Catarina Cabeceiras
afirmou que, “tendo em conta a população dos Açores”, 250 mil testes são
um “stock razoável”.O deputado único do
PAN, Pedro Neves foi o primeiro a apontar que “a quantidade escolhida é
vista como providência, porque é quantidade semelhante à população
açoriana” e acrescentou que, na realidade do arquipélago os testes são
também “uma mais-valia para ilhas mais isoladas e que não possuem
equipamentos para fazer testes PCR”.A
posição dos restantes partidos que apoiam o Governo foi semelhante à do
CDS-PP, tendo a deputada do PSD Ana Quental destacado que os “testes são
vantajosos porque ganha-se tempo”, enquanto o líder parlamentar
monárquico, Paulo Estêvão, salientou que a região fica “com maior
capacidade de prevenção” e “maior capacidade de rastreio”.Para
a deputada do BE Alexandra Manes, estes meios de diagnóstico podem
“ajudar a controlar a pandemia, identificando e isolando as pessoas que,
com mais probabilidade, podem propagar a doença”.O
deputado Carlos Furtado, do Chega, salientou ainda que a
disponibilidade destes equipamentos é “um elemento importante para a
região, porque transmite confiança” para a população, para os “agentes
económicos” e até para quem pense em visitar os Açores.A
Iniciativa Liberal votou favoravelmente porque “se revê na estratégia
de rastreio […] e porque entende que a testagem é, de facto, a melhor
prevenção, neste momento, para a proliferação do SARS-CoV-2”, afirmou o
deputado único do partido, Nuno Barata.Nuno
Barata alertou, no entanto, para a importância de assegurar a
fiabilidade dos testes, para não criar “um pânico desnecessário”,
lembrando a desconfiança gerada pelos falsos positivos detetados por
testes rápidos levados a cabo pela empresa Portos dos Açores.