Parceria Público-Privada do SIRESP “não será renovada” a 30 de junho
28 de abr. de 2021, 17:11
— Lusa/AO Online
“A Parceria Público Privada
termina a 30 de junho e não será renovada. Porque estamos a falar de
uma entidade hoje inteiramente pública e entendemos que essa matéria
terá certamente prestadores de serviços privados, porque só o mercado o
pode propiciar, mas será gerida num quadro público”, disse Eduardo
Cabrita.O ministro está a ser ouvido na
comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e
Garantias, numa audição pedida pelo CDS-PP para explicar o futuro do
SIRESP, cujo contrato com os operadores privados termina a 30 de junhoO
governante avançou também que está em processo legislativo um diploma
que determina a constituição de uma estrutura de gestão integrada das
redes de tecnologia na área da segurança interna. “O
processo intercalar permitirá a não a prorrogação dos contratos tal
qual estão hoje, porque tudo aquilo que foi pago pelo Estado durante
estes anos passa a ser propriedade do setor do Estado a partir de 01 de
julho”, frisou Eduardo Cabrita.O
governante sustentou que tem de ser negociado com os atuais fornecedores
tudo o que diz respeito à prestação de serviços, mas há uma parte que
será propriedade do Estado e “não faz sentido que o Estado continue a
pagar”.Aos deputados, o ministro confirmou
a intenção de prolongar o contrato de prestação de serviços com os
operadores privados, nomeadamente com a Altice, por 18 meses.Na
semana passada, a Altice anunciou que tinha apresentado à SIRESP SA e
ao MAI uma proposta técnico-operacional para a prorrogação por 18 meses
do serviço da rede de comunicações de emergência SIRESP.“Esses
contratos decorrem com três fornecedores essenciais: a Altice, Datacom e
a Moreme. Estamos a falar basicamente de sete contratos, as outras
empresas tem tido uma estratégia mais discreta de negociação. Quem
lidera essas negociações é o presidente da SIRESP e o secretário-geral
do Ministério da Administração Interna”, disse o ministro.
Eduardo Cabrita frisou que em causa nestas negociações está “uma
solução de manutenção daquilo que são prestação de serviços por privados
por 18 meses” até à criação da entidade que vai gerir as várias redes
de comunicações do MAI, nomeadamente a rede nacional de segurança
interna, SIRESP e 112.Por sua vez, o
secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís,
explicou que os 18 meses, em que vai ser prolongado o contrato com os
fornecedores do serviço, “são para conseguir implementar” várias
matérias e “desenhar aquilo que vai ser o modelo tecnológico das
infraestruturas do MAI.Entre as questões
que vai ser necessário resolver em 18 meses está, segundo o secretário
de Estado, a aquisição de evolução tecnológica, passagem dos
equipamentos que estão nas instalações dos parceiros privados para o MAI
e migração para as instalações do Estado dos sistemas de informação
SIRESP.Antero Luís considerou que a fusão
de todas as tecnologias do MAI terá uma “mais fácil gestão” e “ganhos
manifestos do ponto de vista dos custos” porque “existem alguns aspetos
redundantes e desnecessários”.A criação
desta entidade única "tem o objetivo de integração, redução de custos e
de melhor capacidade do ponto de vista de servir os utilizadores do
ministério”, disse, destacando que no futuro vão ser realizados
concursos públicos internacionais para prestadores de serviços.O
Estado comprou por sete milhões de euros a parte dos operadores
privados, Altice e Motorola, no SIRESP, ficando com 100%, numa
transferência que aconteceu em dezembro de 2019.Desde essa altura que o Estado tem um contrato com operadores privados para fornecer o serviço até junho deste ano. Depois
dos incêndios de 2017, quando foram públicas as falhas no sistema,
foram feitas várias alterações ao SIRESP, passando a rede a estar dotada
com mais 451 antenas satélite e 18 unidades de redundância elétrica.