Parceiros sociais defendem estabilidade e pacto autonómico nos Açores
5 de mar. de 2024, 18:29
— Lusa
“Em
relação ao Governo Regional, é opinião quase generalizada dos parceiros
sociais e dos representantes da sociedade civil no CESA que é
importante criar as condições nos Açores para que tenhamos um processo
de estabilidade e que os instrumentos que estão colocados à disposição
do Governo Regional possam efetivamente funcionar”, declarou o
economista à agência Lusa.Gualter Furtado,
que falava à Lusa na sequência da tomada de posse do Governo Regional,
na segunda-feira, referia-se especificamente ao Programa de Recuperação e
Resiliência (PRR), cuja execução “não tem sido fácil nos Açores e no
país”.“Se nós entrarmos numa situação de anormalidade, ainda mais difícil será”, frisou o presidente do CESA.O
antigo secretário regional das Finanças destacou também a importância
da iniciativa Capital Participativo Açores, um instrumento financeiro
para recapitalizar empresas, ser operacionalizado.Gualter Furtado deseja ainda que o Plano Operacional (PO) 2030 “comece a ser desenvolvido e a ter eficácia nos Açores”. O
economista sublinhou entretanto a dimensão dos fundos comunitários no
Orçamento dos Açores, surgindo já em segundo lugar após as receitas
próprias do arquipélago, “ultrapassando as próprias transferências do
Orçamento do Estado”.“Espero que haja nos
Açores – e nos parceiros sociais – um pacto autonómico que garanta as
condições de desenvolvimento da região, no respeito pela autonomia dos
partidos”, afirmou o líder do CESA.Gualter
Furtado recordou, entretanto, que os atuais dirigentes do CESA “vão
acabar o seu mandato muito brevemente”, esperando que no próximo “seja
assegurado que este, enquanto instrumento da autonomia democrática,
continue a ser um órgão colegial, independente e com uma forte
representatividade da sociedade civil junto dos órgãos de governo
próprio dos Açores”.Questionado sobre está
disponível para voltar a assumir a presidência do CESA, Gualter Furtado
refere que não depende só de si, mas que estará “sempre ao serviço dos
Açores enquanto “tiver capacidades mentais e saúde”.Em
04 de fevereiro, a coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu as regionais com
43,56% dos votos e elegeu 26 dos 57 deputados da Assembleia Legislativa,
precisando de mais três para ter maioria absoluta.Com
a entrada em funções, o XIV Governo Regional tem agora até 10 dias para
entregar, no parlamento regional, o seu Programa, documento que contém
as principais orientações políticas e as medidas a propor para a
legislatura.O PS e o BE já anunciaram o
voto contra o Programa do Governo. O Chega fez depender o seu voto do
conteúdo do documento e da composição do executivo, enquanto IL e PAN
remeteram a decisão para depois de o conhecerem.Segundo o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, a rejeição do Programa do Governo implica uma maioria absoluta.