Papa nomeia novo bispo na China e muda diocese após renovar acordo com Pequim
20 de jan. de 2025, 11:51
— Lusa/AO Online
Francisco ordenou a abolição
da diocese de Fenyang, criada por Pio XII em 1946, e a criação, em seu
lugar, de Lüliang, que abrangerá um território de 21.000 quilómetros
quadrados com 3,3 milhões de habitantes, dos quais apenas 20.000 são
católicos.A nova diocese terá 51
sacerdotes e será presidida por D. António Ji Weizhong, cuja nomeação
foi aprovada pela Santa Sé e pela República Popular da China.Trata-se
de uma nova nomeação conseguida graças ao acordo que as duas partes
alcançaram em 2018, que permite a eleição consensual dos bispos.O
Vaticano e a China não mantêm relações diplomáticas desde 1951, depois
de Pio XII ter excomungado dois bispos nomeados pelo Governo chinês, que
por sua vez expulsou o núncio apostólico, que se instalou na ilha de
Taiwan.Assim, os católicos na China -
entre 8 e 12 milhões - ficaram divididos entre a Igreja Patriótica,
fundada em 1949 após a ascensão de Mao Zedong e controlada pelas
autoridades chinesas, e a clandestina, fiel a Roma e ao Papa.O
acordo foi renovado em 2020 e 2022 por um biénio, enquanto em 2024 o
prazo foi aumentado para quatro anos. Embora os pormenores sejam
desconhecidos, o Papa explicou que a China apresenta candidatos, mas é
ele quem toma a decisão final.Durante o
pontificado do Papa Francisco, o Vaticano e a China registaram uma
aproximação gradual e manifestaram em várias ocasiões a intenção de
reforçar as suas relações.Precisamente
desde novembro passado, a audiência geral que o Papa realiza todas as
quartas-feiras com os fiéis foi traduzida para chinês, num gesto
dirigido aos católicos desse país, ao qual o papa sempre se mostrou
disposto a deslocar-se.Em 2014, Francisco
tornou-se o primeiro papa a sobrevoar a China, entrando no seu espaço
aéreo, e enviou um telegrama ao Presidente chinês, Xi Jinping, durante
uma viagem apostólica à Coreia do Sul.