Papa lamenta tratamento "extremamente desrespeitoso" dado aos migrantes nos EUA
Hoje 13:35
— Lusa/AO Online
"Acredito que devemos
procurar maneiras de tratar as pessoas com humanidade, com a dignidade
que lhes é devida. Se as pessoas se encontram nos Estados Unidos de
forma irregular, existem mecanismos para lidar com a sua situação. Há
tribunais, há um sistema de justiça", explicou o pontífice
norte-americano, ao responder aos meios de comunicação social à sua
saída da sua residência em Castel Gandolfo.Leão
XIV acrescentou que "ninguém disse que os Estados Unidos devem ter
fronteiras abertas", porque "cada país tem o direito de determinar quem,
como e quando as pessoas entram. Mas quando há pessoas que levam uma
vida honrada, muitas delas durante 10, 15, 20 anos (no país), tratá-las
Assim, desta forma extremamente desrespeitosa, para dizer o mínimo..." O
líder da Igreja Católica também condenou que tenha "havido violência"
em alguns casos no tratamento dos migrantes pelas autoridades. Por
esta razão, afirmou que "os bispos foram muito claros nas suas
declarações" e convidou "todo o povo dos Estados Unidos a ouvi-los." A
Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) emitiu uma
mensagem sem precedentes no dia 12, na qual condenava a política de
deportação e a estigmatização dos imigrantes pelo governo do Presidente
Donald Trump, embora sem mencionar os seus nomes. "Estamos
profundamente preocupados em observar entre o nosso povo um clima de
medo e ansiedade em relação à discriminação racial e à aplicação das
leis de imigração", afirmam na declaração, aprovada quase por
unanimidade na conferência episcopal anual, que teve lugar na semana
passada em Baltimore. "Estamos preocupados
com as condições nos centros de detenção e com a falta de acesso ao
atendimento pastoral. Lamentamos que alguns imigrantes nos Estados
Unidos tenham perdido arbitrariamente o seu estatuto legal",
acrescentaram os prelados. Os bispos
norte-americanos também disseram sentir-se preocupados com "as ameaças"
de possíveis operações migratórias em locais de culto, hospitais e
escolas. "Dói-nos ver pais que têm medo de ser detidos ao levar os seus
filhos à escola e ao consolar familiares que já foram separados dos seus
entes queridos", expressaram.