Papa insiste que programas de proteção contra abusos têm de ser eficazes
13 de nov. de 2024, 16:01
— Lusa/AO Online
“O
vosso compromisso com esta causa é um sinal do esforço contínuo da
Igreja para proteger os mais vulneráveis”, afirmou Francisco na mensagem
lida na abertura da conferência, que irá prolongar-se até sexta-feira.O
evento na capital italiana conta com a presença de mais de 100
especialistas e também de vítimas de abusos oriundas de 25 países
europeus.“Espero que os vossos esforços
para estabelecer uma rede de pessoas e de boas práticas possam
constituir uma plataforma muito necessária para partilhar conhecimentos,
apoiar-se mutuamente e assegurar que os programas de proteção sejam
eficazes e sustentáveis”, acrescentou o líder da Igreja Católica.Por
sua vez, o responsável desta comissão, o cardeal norte-americano Sean
O’Malley, declarou que é um dever “ouvir e responder a quem foi
prejudicado”.“Devemos seguir o devido
processo na investigação das alegações e devemos mostrar uma liderança
forte na tomada das medidas necessárias para melhor prevenir quaisquer
casos de abuso”, acrescentou O’Malley.No
final de outubro, a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores
publicou o seu primeiro relatório anual, conforme orientação do Papa
Francisco, no qual sublinha a necessidade de “promover um melhor acesso
das vítimas” à informação de que necessitam, de forma a “resolver o
problema da opacidade”.O texto apela também à “simplificação e aceleração do processo de demissão” dos responsáveis eclesiásticos.Entre
as observações mais salientes, o relatório reconhece “o direito de
todos os cidadãos a acederem a qualquer informação que os afete”,
incluindo em casos de abuso, e assinala também a “necessidade” de
estudar políticas de “compensação” para as vítimas.Da
mesma forma, recomenda “consolidar e clarificar” as competências de
cada dicastério (ministério) da Cúria Romana para “garantir uma gestão
eficiente, rápida e rigorosa” de cada eventual caso de abuso que chegue
às várias instâncias do Vaticano.