Papa Francisco pede às famílias que não guardem a fé num cofre-forte
O papa Francisco convidou hoje as famílias católicas a não guardarem a fé "num cofre-forte", antes a partilhá-la com os outros através do "testemunho, do acolhimento e da abertura".

Autor: Lusa/AO online

 

"Podemos perguntar-nos: de que forma conservamos a fé? Guardamo-la para nós, na família, como um bem privado ou sabemos partilhá-la com o testemunho, o acolhimento e a abertura aos outros?", questionou-se o papa, alertando para a tendência de guardar a fé "num cofre-forte ou enterrada".

Francisco falava no exterior de Basílica de São Pedro durante a missa da peregrinação das famílias católicas, que começou sábado com a participação de mais de 150 mil pessoas provenientes de mais de 70 países.

Mesmo se as famílias "especialmente as mais jovens, andam numa correria [...], as famílias cristãs são famílias missionárias na vida de todos os dias", insistiu o papa.

Na véspera, na cerimónia de receção às famílias católicas, o papa Francisco tinha-se já referido à importância da harmonia dentro da família.

"Para ser bem-sucedido dentro da família é preciso utilizar três palavras: posso, obrigado e perdão", disse a milhares de peregrinos que vieram assistir às jornadas da família.

"Todos podem cometer erros. Por vezes alguém se sente ofendido dentro da família ou no casal e os pratos voam, dizemos palavras fortes, mas o meu conselho é que não cheguem ao fim do dia sem fazer a paz, a paz refaz-se diariamente em família, pedindo perdão ou recomeçando", disse.

Apelou ainda aos jovens para que "escutem os seus avós".

"Um povo que não escuta os seus avós é um povo morto", declarou.

A peregrinação das famílias católicas encerra os trabalhos da Assembleia Plenária do Conselho Pontifício para a Família, que decorreu até sexta-feira, dedicada às comemorações dos 30 anos da Carta dos Direitos da Família.

A assembleia realizou-se após a convocatória pelo Papa Francisco de um sínodo especial para a família dentro de uma ano, em outubro de 2014, onde as questões dos fiéis divorciados e recasados estarão em destaque.

Portugal esteve representado na assembleia pela Confederação Naci