Papa Francisco assegura que não é marxista, mas que não se ofende se o apelidarem

15 de dez. de 2013, 11:20 — Lusa/ AOonline

"A ideologia marxista está equivocada, mas na minha vida conheci muitos marxistas boas pessoas, por isso não me sinto ofendido", reconhece o papa. Francisco reafirma que a mulher na Igeja tem de ser "valorizada, não clericalizada" e que a reforma do banco do Vaticano "vai pelo caminho justo". Mas para o papa, a maior preocupação é "a tragédia da fome no mundo", que defende ter solução com a cooperação de todos, pelo que insta a "dar de comer aos esfomeados". Neste sentido, Francisco assegura que, com os alimentos desperdiçados diariamente, se poderia dar de comer a muitas pessoas e fazer com que as criaças que choram de fome o deixem de fazer. "No mundo temos comida suficiente para acabar com a fome. Se trabalhamos com as associações humanitérias e nos pormos de acordo em não desperdiçar comida, fazendo chegar alimentos a quem precisa, teremos contribuido para resolver a tragédia da fome no mundo", refere o papa. A entrevista publicada pelo diário italiano La Stampa está centrada no Natal e é a primeira do argentino Jorge Bergoglio como papa. Na entrevista, Francisco também reflete sobre assuntos como a fome no mundo, a infância, o diálogo com outras religiões, o futuro da igreja ou a economia.