Autor: Lusa/AO online
O papa, que se reuniu com o perfeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato, aprovou o decreto no qual se reconhecia a “martírio” de Romero “in odium fidei”, o que significa que foi assassinado por “ódio à fé”, refere a agência noticiosa Efe.
O Congresso de teólogos da popularmente designada “fábrica de santos” já tinha reconhecido “por unanimidade” o seu martírio e delegou a decisão final no “congresso dos bispos e cardeais”.
A declaração do martírio é decisiva para a sua beatificação, porque desta forma não é necessário reconhecer um milagre, prosseguindo posteriormente a fase para a possível canonização.
O processo de beatificação do prelado foi iniciado em 1994 e após a conclusão da sua fase diocesana, responsável pelo relatório sobre a sua vida, transitou em 1997 para a Congregação da Doutrina da Fé, para que desse a sua autorização.
Foi depois interrompido e só em 2005 a Congregação para a Causa dos Santos deu autorização para que prosseguisse, enquanto com a chegada do papa Francisco, em março de 2013 se registou, uma aceleração da beatificação de Romero.
Romero, conhecido pela sua defesa dos mais pobres e desprotegidos, foi assassinado a tiro em 24 de março por um sicário, provavelmente às ordens de um esquadrão da morte de extrema-direita, quando celebrava uma missa na capela de um hospital para doentes com cancro, nos dias que antecederam o início do conflito armado salvadorenho (1980-1992).
O pontífice argentino tinha já considerado em agosto, quando regressava da sua viagem à Coreia do Sul, que o arcebispo de São Salvador era “um homem de Deus” e que não existiam impedimentos para a sua beatificação.
No regresso da viagem às Filipinas e numa conferência de imprensa que concedeu em 19 de janeiro no avião, o papa Francisco também adiantou que quer o cardeal Angelo Amato como o monsenhor Vincenzo Paglia estariam dispostos a realizar a cerimónia de beatificação do bispo Óscar Romero.