Papa diz que pena de morte não é solução para a violência
18 de ago. de 2024, 11:35
— Lusa/AO Online
Segundo
o texto do pontífice, que prefacia o livro 'Um cristão
no corredor da morte: o meu compromisso com os condenados', de Dale
Recinella, “as execuções capitais, longe de trazerem justiça, alimentam
um sentimento de vingança que se torna um veneno perigoso para o corpo
das nossas sociedades civis”.“Os Estados
deveriam concentrar-se em dar aos prisioneiros a oportunidade de mudarem
verdadeiramente as suas vidas, em vez de investirem dinheiro e recursos
na sua execução, como se fossem seres humanos que já não merecem viver e
que devem ser eliminados”, disse o Papa.No
livro que será publicado na próxima terça-feira, Recinella, de 72 anos,
antigo advogado de sucesso em Wall Street, fala do seu trabalho desde
1998 como capelão que ajuda os reclusos no corredor da morte na Florida.Segundo
o Papa, “o Jubileu deve comprometer todos os crentes a pedir
coletivamente a abolição da pena de morte, uma prática que, como afirma o
Catecismo da Igreja Católica, é inadmissível porque atenta contra a
inviolabilidade e a dignidade da pessoa”.Segundo
a agência Efe, o pontífice recorda ainda que “esta infinita
misericórdia divina pode também escandalizar, como escandalizou muita
gente no tempo de Jesus”, mas “que o amor de Deus não tem limites nem
medida". "Nem mesmo o mais vil dos nossos
pecados desfigura a nossa identidade aos olhos de Deus: continuamos a
ser seus filhos, amados por Ele, guardados por Ele e considerados
preciosos", rematou.