Papa alerta que vacina não pode ser só de uma nação ou só para os mais ricos
Covid 19
19 de ago. de 2020, 09:43
— Lusa/AO Online
“Que triste seria se a vacina da covid-19
desse prioridade aos mais ricos. Que triste seria se fosse propriedade
de uma só nação e não de todos”, defendeu o chefe da Igreja Católica
durante a catequese que se realizou no Palácio do Vaticano por questões
de segurança.O Papa voltou a lembrar que a
“pandemia pôs a descoberto a difícil situação dos pobres e a grande
desigualdade que reina no mundo”, e que “o vírus, ainda que não faça
diferenciações entre as pessoas, encontrou no seu caminho devastador,
grandes desigualdades e discriminação” que acabou por acentuar.Por
isso, continuou, tem de haver uma resposta “dupla” à pandemia, que
passa por encontrar a cura para um vírus “pequeno, mas terrível” e por
se cuidar “de um grande vírus que é a injustiça social, a desigualdade
de oportunidades, a marginalização e a desproteção dos mais frágeis”.Sobre
a reabertura das atividades comerciais, Francisco alertou que não
deverá provocar “injustiças sociais nem a degradação do meio ambiente”.A
pandemia, defendeu, deverá servir como uma oportunidade para construir
“algo diferente”, tal como “fazer crescer uma economia de
desenvolvimento integral dos pobres e do bem-estar”.Francisco
considerou ainda que seria “um escândalo” se toda a ajuda económica que
está a ser disponibilizada, essencialmente com dinheiros públicos, se
focasse em resgatar indústrias que não contribuem para a inclusão dos
excluídos nem para a promoção dos mais pequenos.