Pandemia não impede de ouvir “quem tem de ser ouvido”
Presidenciais
14 de jan. de 2021, 18:00
— Lusa/AO Online
“Com todas as
dificuldades que foram trazidas às vidas das pessoas em todos os seus
domínios, a política e as campanhas eleitorais não foram uma exceção,
mas isso não significa que a gente possa não ouvir quem tem de ser
ouvido durante a campanha eleitoral”, declarou a candidata apoiada pelo
Bloco de Esquerda.Marisa Matias falava num
hotel em Ponta Delgada, após uma reunião com a direção regional da
União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).A
também eurodeputada bloquista assinalou que os candidatos têm a
“obrigação” de realizar “regularmente” testes à Covid-19 e que a sua
campanha eleitoral “já foi toda ela pensada e desenhada para um contexto
de pandemia”.Para a candidata, fazer
campanha eleitoral não se coaduna com distanciamento social:
“Distanciamento físico precisamos de tê-lo, mas a campanha serve para
ouvir as pessoas”, afirmou.Marisa Matias esteve na ilha de São Miguel, na quarta-feira, onde realizou ações de campanha eleitoral durante a tarde.A
candidata referiu a proposta de redução dos beneficiários do rendimento
social de inserção, defendida pelo Governo dos Açores, como a “prova”
que não se pode “naturalizar a extrema-direita”.“Temos
aqui à vista o que é que acontece quando se dá posse a um governo que
depende de uma força de extrema-direita, que para governar, a primeira
medida é cortar os apoios sociais aos mais pobres dos mais pobres.
Estamos a falar de apoios sociais que são a média mais baixa do país”,
afirmou.O Governo dos Açores é liderado
pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, contando com o apoio
governativo de CDS e PPM, e suporte parlamentar da Iniciativa Liberal e
do Chega.Marisa Matias não quis comentar
as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que na terça-feira disse
estar “muito irritado” com as autoridades de saúde a propósito da
participação no debate com todos os candidatos à presidência: “não me
compete a mim comentar esta questão”.Na
reunião com a UMAR, também participou, por videochamada, Lúcia Moniz,
atriz de origem açoriana, que demonstrou o seu apoio a Marisa Matias.A
candidata destacou que “infelizmente” os Açores estão no “top da
violência contra as mulheres”, defendendo que cabe ao Presidente da
República ser um “agente promotor da igualdade e da proteção” das
mulheres.“Creio que compete ao Presidente
da República, à Presidente da República, ter o papel ativo nestas áreas
consagradas na constituição, para evitar, e ser um agente promotor da
igualdade, da proteção, do combate à pobreza, do combate às
desigualdades”, disse.As eleições
presidenciais, que se realizam em plena epidemia de Covid-19 em
Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os
portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em
democracia, desde 1976.A campanha
eleitoral começou no dia 10 e termina em 22 de janeiro. Concorrem às
eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de
Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves
(Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais
conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do
PS Ana Gomes (PAN e Livre).