PAN vai abster-se na generalidade, mas deixa tudo em aberto para votação final
OE2020
8 de jan. de 2020, 16:07
— Lusa/AO Online
Em conferência de imprensa no parlamento, em
Lisboa, e depois de PCP e Chega terem anunciado hoje o sentido de voto
na generalidade do OE2020, a líder parlamentar do PAN, Inês Sousa Real,
deixou claro que o orçamento "está muito aquém" e por isso o partido não
pode votar favoravelmente.Assim, o PAN,
que tem nesta legislatura quatro deputados, vai abster-se na votação de
sexta-feira e espera depois pelo debate na especialidade para decidir o
seu voto no final do processo orçamental, avisando que "está tudo em
aberto" e deixando um alerta ao Governo de que "terá que ser mais
ambicioso"."Para o PAN, que é um partido
que sempre foi aberto ao diálogo e disposto a construir pontes, não
podemos deixar de dar nota que não se constroem pontes sem alicerces e
nesse sentido parece-nos que o orçamento está muito aquém e que o
Governo não faz um compromisso efetivo naquilo que é necessário para
construirmos os alicerces para termos uma sociedade mais justa, quer do
ponto de vista social, laboral e ambiental", justificou.Inês
Sousa Real afirmou ainda que o partido espera que na especialidade "o
Governo tenha o particular cuidado de acolher não só as preocupações do
PAN para aquilo que são as necessidades do país", como também de
perceber que é preciso mais ambição "quer em matéria social quer em
matéria das alterações climáticas"."Neste
momento não existe qualquer garantia, o que existe é uma abertura ao
diálogo, mas como referi há pouco as opções estratégicas para o país não
se fazem só de diálogo, fazem-se de ação concreta", respondeu aos
jornalistas.A líder parlamentar do PAN
começou por sublinhar que "existem alguns aspetos que foram acolhidos
neste Orçamento do Estado e que foram reclamados pelo partido em sede de
negociação"."Entendemos que aquilo que
foi o sinal do Governo e o acolhimento das medidas reclamadas pelo PAN
não é suficiente para que possamos acompanhar favoravelmente o Orçamento
do Estado em sede de votação na generalidade porque fica muito aquém
daquilo que é a resposta às reais preocupações e necessidades para o
país", explicou.Alterações climáticas,
proteção e bem-estar animal, corrupção e reforço dos meios da justiça,
violência doméstica, direitos laborais e Serviço Nacional de Saúde são
áreas nas quais o PAN identifica insuficiências e falta de resposta
neste orçamento.