PAN recusa fechar ciclo sem que sejam apuradas consequências políticas
TAP
7 de mar. de 2023, 10:33
— Lusa/AO Online
Num vídeo enviado à
comunicação social, a deputada e porta-voz do PAN, Inês Sousa Real,
reagia à conferência de imprensa do Governo sobre o relatório da
Inspeção-Geral das Finanças (IGF), que concluiu pela ilegalidade da
indemnização atribuída à ex-secretária de Estado do Tesouro e levou o
Governo a exonerar os principais responsáveis da companhia aérea.“Para
o PAN, é fundamental que Fernando Medina venha esclarecer se, apesar de
ter havido um despedimento com justa causa, tendo em conta que era do
conhecimento da tutela o pagamento da indemnização, como mantém o
argumento do despedimento por justa causa e se pode garantir que não
haverá mais dinheiro do erário publico a ser pago por estas demissões”,
afirmou.A líder do PAN discordou da visão
do Governo de que “este é um ciclo que se fecha” na TAP, pelo menos
antes de serem “assacadas responsabilidades políticas” sobre o caso.“O
processo e a comissão parlamentar de inquérito estão ainda a decorrer, é
importante perceber se este é caso único ou se existiram mais
indemnizações a serem pagas aos gestores da TAP”, alertou.Inês
Sousa Real considerou que o ministro das Finanças, quando tomou posse,
“deveria ter ido indagar o que estava para trás” na companhia aérea.“Não
basta que Fernando Medina diga que não tinha conhecimento, que não
sabia, tinha a obrigação de pugnar por acautelar que o interesse público
estava a ser prosseguido”, defendeu.Por
isso, e apesar de o PAN não ter assento na comissão parlamentar de
inquérito (por ter uma deputada única e não um grupo parlamentar), a
porta-voz do partido assegurou que, depois de uma análise detalhada do
relatório da IGF, irá pedir mais esclarecimentos ao Governo sobre o
caso, por escrito.A IGF concluiu que o
acordo celebrado para a saída de Alexandra Reis da TAP é nulo, adiantou
hoje o Governo, que vai pedir a devolução de grande parte da
indemnização então paga (450 mil dos 500 mil euros).Na
sequência das conclusões do relatório, o Governo exonerou o presidente
do Conselho de Administração e a presidente executiva da TAP, Manuel
Beja e Christine Ourmières-Widener, e anunciou que escolheu Luís Silva
Rodrigues, que atualmente lidera a Sata, para assumir ambos os cargos.