PAN quer uma "cozinha mais diversificada" no parlamento regional
Açores/Eleições
23 de out. de 2020, 16:55
— Lusa/AO Online
No
último dia de campanha, Pedro Neves contactou com a população e com
funcionários do comércio local da maior cidade açoriana, distribuindo
panfletos e máscaras, e acabou a ação de campanha num restaurante
vegetariano, onde preparou, com a ajuda do chefe de cozinha, um prato de
seitan com puré de ervilhas, cebolada e batata assada.Mas
para a noite eleitoral de domingo, Pedro Neves já tem a receita
definida. Manifesta-se confiante de que o partido vai conseguir ter
“representação parlamentar”, pelo que o objetivo é uma "cozinha mais
diversificada" no parlamento regional.“Estamos
bastante confiantes de que vamos ter uma representação parlamentar […].
Andámos todos os dias na rua e vemos que as pessoas têm mais confiança
em nós e querem mesmo que nós estejamos no parlamento, porque sabem que
nós vamos mudar a política, que é uma política que já está bafienta e
obsoleta”, afirmou aos jornalistas, enquanto a chapa aquecia para
receber o seitan.O porta-voz do PAN/Açores
faz, por esse motivo, um balanço “muito bom” da campanha eleitoral do
partido, mas deixa um apelo ao voto no domingo, sublinhando que, com uma
elevada abstenção, é difícil aos partidos mais pequenos conseguirem
entrar no hemiciclo regional.“Falta sair
de casa no domingo e votar e isso é que faz toda a diferença. É mais
seguro votar do que ir a um café”, afirmou, numa referência à pandemia
da covid-19.Aliás, foi esse pedido que
Pedro Neves mais fez durante a tarde, nos contactos com a população no
centro da cidade e com os funcionários ou proprietários que encontrou
nas lojas de comércio local.“O poder no
domingo é seu”, disse à funcionária de uma loja, prometendo que o PAN,
se entrar no parlamento regional, vai ser “uma voz diferente”, não
fazendo coligações com "nenhum partido".No
meio da rua, enquanto recebe um panfleto e uma máscara do partido, uma
mulher confessa que não conhece o PAN. “Pessoas, Animais e Natureza”,
explica o porta-voz regional do partido, recomendando que leia as
propostas eleitorais.“Estamos a tentar
sobreviver. Peço que tenha algum cuidado com o comércio local se for
eleito”, pede o funcionário de uma loja de roupa.Sobre
este tema, Pedro Neves lembra a necessidade de mais ajudas, tanto aos
funcionários como aos proprietários, que, a seu ver, “não tiveram os
melhores apoios”.“Queremos dar esses
apoios, para que as lojas não fechem. Se isso acontecer fecha a dinâmica
económica dos Açores”, lamentou o também candidato pelos círculos de
São Miguel e de compensação.No domingo, há
13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa
Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre,
PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP.Estão inscritos para votar 228.999 eleitores.No
arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada
uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não
aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.O PAN concorre por sete dos dez círculos, não apresentando listas nas ilhas do Corvo, Graciosa e Santa Maria.Nas
anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos
votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra
30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do
CDS-PP (quatro mandatos).O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.