PAN quer avaliação técnica à Ponta da Fajã, nas Flores, e realojamento da população
4 de fev. de 2021, 15:30
— Lusa/AO Online
Num
projeto de resolução entregue na quarta-feira ao parlamento açoriano, e
hoje apresentado à imprensa, a representação parlamentar do PAN
considera que “as informações disponibilizadas” acerca do nível de risco
de desabamento de terras naquela fajã do concelho das Lajes das Flores
“não satisfazem os requisitos necessários para formalizar uma decisão
ponderada, por carência de informação atualizada”.Por
isso, propõe a criação de uma “equipa técnica multidisciplinar, que
inclua entidades como o Laboratório Regional de Engenharia Civil (LREC),
o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA),
a Universidade dos Açores, o Instituto de Vulcanlogia e Avaliação de
Riscos, a Direção Regional do Instituto Português do Mar e da Atmosfera
(IPMA) e outras entidades que possam ser consideradas para a avaliação
da condição atual de alto risco da Ponta da Fajã”.O
partido lembra que aquele local foi considerado, em 1989, “zona de alto
risco, depois da ocorrência, em 1987, de um grande escorregamento de
terras” e que, “já por duas vezes, foram levadas à Assembleia
Legislativa Regional dos Açores projetos para revogar este Decreto
Legislativo Regional que, em comissão, e sujeitos a pareceres técnicos,
não tiveram sucesso”.Para o PAN, importa
“considerar, de forma provisória, a deslocação e realojamento da
população local ainda residente” e interditar, “conjuntamente com o
poder local, a habitabilidade da zona de alto risco, até que seja
definido, através de análise técnica e um novo mapeamento que
identifique a zona ou zonas que possam, eventualmente, ser seguras”.“Os
pareceres técnicos que temos em mãos, até ao momento, são claros e
perentórios em afirmar que a zona continua exposta a elevado risco de
ocorrência de episódios de deslizamento de terras similares aos de 1978 e
2009”, lembra o deputado único do partido, Pedro Neves, citado em nota
de imprensa, acrescentando que, “para haver uma mudança de legislação,
tem de existir informação técnica consistente que a corrobore”.O
parlamentar diz que o partido é sensível “às reivindicações da
população e à sua vontade em manter as suas casas e ter acesso aos seus
terrenos, assim como aos constrangimentos das autoridades locais, que se
encontram num impasse legal entre aquilo que lhes é solicitado pela
comunidade florentina e o que podem autorizar”, quando o Plano Diretor
Municipal e o Plano de Ordenamento da Orla Costeira interditam a
edificação, urbanização e requalificação de imóveis.