PAN pede audição urgente do MAI no parlamento sobre rota de imigração ilegal para o Algarve
7 de out. de 2020, 11:41
— Lusa/AO Online
No requerimento
apresentado, o PAN pede a audição de Eduardo Cabrita “com caráter
de urgência” para que confirme a existência da rota e preste
esclarecimentos sobre “o número de migrantes desembarcados no Algarve de
forma irregular” e as “condições em que se registou a ocorrência de
fugas/desaparecimento de migrantes já na alçada das autoridade nacionais
competentes”.O partido quer ouvir também o
ministro sobre a “forma e em que condições está a ser feito o
acolhimento de migrantes em situação irregular em Portugal”, o “número
de migrantes entretanto regressados aos locais de origem” e o “eventual
reforço de meios em sede de Orçamento do Estado com vista à vigilância,
monitorização e políticas de inclusão de migrantes, tendo em conta a
tendência de crescimento do recurso a esta rota”.“Não
obstante não ser considerado até à data um dos países mais pressionados
pelo desembarque de migrantes em situação irregular, Portugal registou,
ao que se conhece, seis desembarques na zona do Algarve, só entre
dezembro de 2019 e o passado mês de setembro”, assinala. O
PAN refere também que “em diversas ocasiões” houve “a fuga de migrantes
em situação irregular quando já se encontravam sob a alçada” das
autoridades nacionais.Depois de lembrar
que “em junho” o ministro da Administração Interna “negou” a existência
de uma “rota de desembarques migrantes em situação irregular”, o
requerimento salienta que em hoje, em resultado de uma ação conjunta do
SEF, GNR e Marinha Portuguesa, veio a ser confirmada a existência da
mesma”, como noticia o Diário de Notícias.Esta
é uma situação “preocupante”, lê-se no requerimento endereçado ao
presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades
e Garantias, Luís Marques Guedes.Na
quinta-feira, 17 migrantes fugiram do quartel do destacamento de Tavira
do regimento de infantaria n.º 1 do exército, onde aguardavam pela
aplicação da ordem judicial e cumpriam quarentena, depois de dois deles
terem sido diagnosticados com covid-19 após a entrada irregular em
Portugal.O grupo que em 16 de setembro
desembarcou sem documentos na ilha Deserta, em Faro, era composto por 28
migrantes: 24 homens, que estavam instalados no quartel em Tavira, três
mulheres, uma delas grávida, e um menor.No
mesmo dia, o ministro Eduardo Cabrita disse que Portugal está a
discutir com Marrocos, já em fase avançada, um programa de imigração
legal, que espera concluir em breve.Este foi o sexto de desembarque ilegal na costa algarvia envolvendo migrantes do Norte de África.