PAN lamenta ausência de “áreas importantes” na mensagem de Natal do primeiro-ministro
26 de dez. de 2019, 12:46
— Lusa/AO Online
Numa nota enviada às redações, Inês de
Sousa Real aponta que estranhou "o modo e a forma eleitoralistas do
discurso", mas considera "positivo ouvir um reconhecimento tácito por
parte do primeiro-ministro de que a saúde não teve, nos últimos anos, a
importância que devia ter tido, de que a situação do Serviço Nacional de
Saúde não era tão boa como se apresentou na campanha eleitoral e de que
existem vários problemas que têm urgentemente de ser resolvidos durante
esta nova legislatura".A deputada salientou, porém, "a total ausência no discurso do primeiro-ministro de outras áreas igualmente importantes". "Desde
logo, sublinhamos como negativo o facto de não termos ouvido por parte
do primeiro-ministro uma única palavra do seu discurso dedicada ao
efeitos das alterações climáticas, sobretudo quando nos últimos dias se
fizeram sentir os seus efeitos devastadores em algumas áreas do nosso
país e em particular na zona centro", sublinha, acrescentando que "a
ocorrência de tais fenómenos sublinha a importância de se assumirem
compromissos efetivos na adaptação e aumento da resiliência das
populações, compromissos que mitiguem também estes efeitos".O
PAN critica igualmente que Costa "nada disse igualmente quanto à
importância da erradicação da pobreza, nomeadamente sobre as soluções
que o Governo tem para assegurar com caráter urgente respostas de
alojamento para as pessoas em situação de sem abrigo". Na
área da saúde, a líder parlamentar do Pessoas-Animais-Natureza lastimou
ainda que "o Governo nada tenha dito" sobre medidas a tomar "para
evitar que haja serviços de urgência fechados no período noturno (como
sucede com a ala pediátrica do Hospital Garcia da Orta), sobre a
introdução da exclusividade dos médicos afetos ao Serviço Nacional de
Saúde, sobre a necessidade de um reforço de 10 milhões de euros para
implementação do Programa Nacional da Saúde Mental ou sobre as medidas
tendentes à dignificação das condições de trabalho dos enfermeiros,
técnicos auxiliares de saúde, nutricionistas e psicólogos".Porém,
para o PAN, a habitual mensagem do chefe de Estado na quadra natalícia
também teve aspectos positivos, como "o reforço do orçamento da saúde, o
reforço dos recursos humanos na saúde e o aumento de respostas ao nível
da saúde mental", ou ainda a "consagração formal de alguns avanços no
Orçamento de Estado".Ainda assim, o
partido alerta que esta consagração "só terá efeitos práticos tangíveis
se o Ministro das Finanças adotar uma postura radicalmente diferente em
sede de execução orçamental", e avisa que, "se tal mudança radical não
suceder, estas boas intenções elencadas pelo primeiro-ministro vão, como
sucedeu na anterior legislatura, perder-se em burocracias como vetos de
gaveta lamentáveis e em cativações informais ou projetos que passam de
ano para ano sem qualquer execução".