PAN/Açores questiona Governo Regional sobre programas Solenerge e Proenergia
20 de jun. de 2024, 15:14
— Lusa
“Na
sequência das declarações da senhora Secretária Regional do Turismo,
Mobilidade e Infraestruturas […] e após análise dos relatórios de
resultados dos programas de apoio à transição energética, o partido
constatou que os dados recentes apontam para uma execução
significativamente abaixo daquelas que são as metas estabelecidas para o
próximo ano de 2025”, justifica o PAN, em comunicado. O
partido, que enviou um requerimento ao Governo Regional através do
parlamento açoriano, refere que os dois programas, financiados pelo
Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e alinhados com o REPowerEU,
“têm como objetivo acelerar a transição energética na região através da
conjugação da instalação de sistemas fotovoltaicos com equipamentos
para armazenamento de energia elétrica”.“Até
maio do presente ano e desde o início da vigência do programa, das
5.035 intenções de investimento submetidas ao Solenerge, apenas 1.031
foram pagas, resultando numa potência instalada de 6.476,13 kW - muito
aquém do objetivo de 12,6 MK para 2025”, salienta o partido.O
PAN/Açores acrescenta que “o orçamento disponível de 19 milhões de
euros do PRR já foi ultrapassado, obrigando à antecipação da verba
disponível para 2025, sendo a possibilidade de reforço da verba
incerta”.“Esse cenário, juntamente com a
demora no pagamento e na instalação dos sistemas, com uma lista de
espera superior a um ano e três meses, levanta preocupações quanto à
capacidade do programa Solenerge atingir os seus objetivos dentro dos
prazos estipulados. Isto é, aumentar a capacidade instalada em 12,6 MW
até 2025”, sublinha.O partido alega ainda
que o programa Proenergia, destinado a apoiar a aquisição de sistemas de
armazenamento de energia elétrica para evitar desperdícios da energia
produzida, “também enfrenta desafios, sobretudo por apenas ter alcançado
metade das ilhas do arquipélago durante 2023, num universo de apenas 31
candidaturas”.Para o PAN/Açores “há o
risco de estar a ser desperdiçada energia produzida que não é nem
consumida nem armazenada, desvirtuando o propósito da
autossustentabilidade energética”.O
deputado único do partido no parlamento regional açoriano, Pedro Neves,
citado na nota, considera “imperativo que os programas de transição
energética, como o Solenerge e o Proenergia, sejam geridos de forma
eficiente e célere, sobretudo nesta reta final, assegurando que todos
tenham acesso a estas oportunidades, tidas como fundamentais para a
mitigação da pobreza energética e transição ecológica do setor na
região”.No início de junho, no final de um
encontro com a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD),
a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta
Cabral, explicou que os ‘plafonds’ do Solnerge não dependem do
executivo, visto que o programa é financiado pelo PRR, sendo que “as
metas [impostas pela Assembleia Legislativa Regional] já foram todas as
ultrapassadas”.Berta Cabral disse ainda
que “pelo facto de o Plano e Orçamento [para este ano] não terem sido
aprovados em novembro, ficou-se limitado para avançar com aprovações
porque tinham sido ultrapassados os limites de 2024”.Contudo, acrescentou, “com a nova aprovação do Plano para 2024, já se antecipou o ‘plafond’ de 2025”.“Já
estamos novamente em condições de poder aprovar novas candidaturas [ao
Solenerge]”, afirmou Berta Cabral, lembrando que 19 milhões de euros,
quando se procedeu ao desenho do PRR, “era considerado muito”, mas
“houve uma grande adesão das famílias e das empresas”.A
titular da pasta das Infraestruturas adiantou ainda que, “neste
momento, já se está com mais de 14 milhões comprometidos e existem
muitas candidaturas para avaliar” e considerou “desejável um reforço do
PRR para o Solenerge, porque se está a fazer a gestão do sucesso” do
programa.