PAN/Açores questiona Governo Regional sobre obras que podem comprometer 600 plátanos
29 de nov. de 2022, 14:41
— Lusa/AO Online
“As prioridades deste
Governo ficam ostentadas nesta imprudente intervenção. Num ato de
insensatez e de caráter invasivo, a construção que agora decorre coloca
em risco a preservação e sobrevivência do património arbóreo,
dilacerando o cenário característico e singular desta alameda”, avançou o
deputado único do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Pedro Neves, citado
em comunicado de imprensa.Em causa estão
as obras de requalificação da estrada para melhoria dos acessos
agrícolas na Alameda dos Plátanos, da responsabilidade da direção
regional das Obras Públicas, que preveem “a construção de bermas em
cimento para facilitar o escoamento das águas pluviais”.Segundo o PAN/Açores, as obras podem “comprometer a integridade e sobrevivência dos 600 plátanos que compõem aquela alameda”.“Os
vários apelos civis e dos movimentos associativos não podem permanecer
mudos, devendo o Governo retratar-se desta empreitada”, frisou Pedro
Neves.Num requerimento entregue na
Assembleia Legislativa dos Açores, o deputado único do PAN questionou o
executivo açoriano sobre os motivos da intervenção na Alameda dos
Plátanos, sobre o impacto que terá “no crescimento e longevidade dos
plátanos residentes” e sobre os critérios para a realização de cortes
profundos em troncos.Pedro Neves quer
ainda saber se “está prevista a captação e reaproveitamento das águas
pluviais” e “quais as técnicas utilizadas para redução da velocidade do
caudal das águas pluviais".“A construção
destas bermas e impermeabilização de parte da via poderá ainda resultar
no aumento do fluxo dos cursos de água que desaguam na ribeira da
Povoação, que apresenta um histórico de aumentos repentinos do caudal”,
resultando “em vários danos ambientais e materiais”, alertou o partido,
em comunicado de imprensa.O PAN/Açores
defendeu a classificação da Alameda dos Plátanos como património natural
de interesse público regional, “para que seja possível manter o seu
traçado original” e para que “as intervenções que ocorram de agora em
diante decorram com o singular objetivo de preservar o património
existente, satisfazendo os apelos públicos, sob pena de se provocarem
danos, estruturais, irreversíveis”.“A
Alameda dos Plátanos é considerada, pelos açorianos, como património
paisagístico da nossa região, mas o reconhecimento e classificação como
património natural de interesse público regional, não tem, até à data,
surtido ressonância legislativa. Sem este efeito protetor, a Alameda dos
Plátanos mantém-se à mercê das considerações e decisões
governamentais”, salientou o partido.O PAN
acusou ainda o Governo Regional de fazer o que “condenava
veementemente” em 2012, quando estava na oposição e o executivo de
então, do PS, defendia a “betonização da Alameda dos Plátanos”, travada
“em resultado das várias demonstrações públicas consternação e
preocupação”.