PAN/Açores quer criação de eco-taxa para navios de cruzeiro
27 de dez. de 2022, 15:41
— Lusa/AO Online
Numa
nota de imprensa enviada às redações, o PAN explica que a proposta vai
no sentido de a eco-taxa ter o valor unitário de três euros por
passageiro, cujo montante "será canalizado para o financiamento de
utilidades geradas com atividades relacionados com o setor turístico,
com especial enfoque nas zonas de maior procura e afluência turística". Pretende-se
ainda a canalização de verba para "o apoio a projetos de entidades,
públicas ou privadas, que tenham como objetivo a preservação ambiental",
defende o PAN.Ao justificar a proposta, o
partido aponta que o turismo de cruzeiro "é, comprovadamente, uma fonte
de poluição aérea, marítima e terrestre, com forte pegada ecológica". "Os
navios de cruzeiro, apesar de representarem uma pequena percentagem da
indústria naval global, são um dos mais poluidores, sendo responsáveis
por cerca de 24% de todos os resíduos originários da navegação marítima e
pela emissão de gases de efeito estufa. Só em 2018, e em referência aos
portos da União Europeia, os navios de cruzeiro emitiram mais de 139
toneladas de CO2", alerta o partido. Além
disso, existem ainda "potenciais riscos para o bem-estar da saúde humana
e animal", assim como "a pressão exercida" no património natural e "o
impacto gerado nas comunidades locais, com a expansão desta atividade",
aponta o PAN nos Açores. O partido afirma
que "apesar dos riscos já documentados, e ainda que se assuma empenhado
em apostar no turismo sustentável", o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM)
tem vindo "a promover e consolidar a região como local atrativo para
este segmento de turismo, com resultados claros no aumento do número de
escalas, que atingiu este ano o recorde de 200 aportagens".Para
o deputado do PAN no parlamento açoriano, Pedro Neves, citado no
comunicado, “a indústria dos navios de cruzeiro carece de uma
reconversão para se adaptar às metas de sustentabilidade na
descarbonização, mas até esse momento chegar é necessário impor outros
mecanismos”.Por isso, o partido entende
que, não obstante "os ganhos económicos" gerados por este setor, é
necessário minimizar o impacto da pegada turística, de forma a
"preservar e proteger a biosfera e biodiversidade", e conseguir manter
os níveis de qualidade da oferta e a sustentabilidade ambiental, que
"poderá ser conseguida, ou pelo menos, potenciada, com a criação desta
tributação". “Com a criação desta eco-taxa
queremos minimizar o impacto da carga turística na preservação do
património natural e o esforço para a despesa pública, delegando em quem
nos visita também esta responsabilidade de contribuir para a
sustentabilidade ambiental do nosso destino”, defende Pedro Neves.