PAN/Açores denuncia morte de touro em tourada na ilha Terceira
21 de ago. de 2024, 14:44
— Lusa
O partido refere
em comunicado que a denúncia deve-se “à morte de mais um touro durante a
realização de uma tourada à corda”, na ilha Terceira, no domingo.“As
imagens videográficas a que o partido teve acesso, comprovam o
sofrimento do animal, que cai inerte no chão, visivelmente desidratado e
fatigado, não só, mas também em virtude das elevadas temperaturas que
se faziam sentir e, que, aliás, têm assolado o arquipélago de forma
generalizada nas últimas semanas”, lê-se na nota.O
Pessoas-Animais-Natureza (PAN) nos Açores acrescenta que estes animais
permanecem nas jaulas durante largas horas, “muitas vezes expostos ao
sol e [ao] calor, sem acesso a água ou alimento”, situações que, apenas
potenciam o seu sofrimento.O partido
recorda que a morte deste animal “não constitui ato isolado, uma vez
que, em 17 de agosto de 2023, uma corrida realizada também na freguesia
da Agualva, culminou na morte de quatro touros, na sequência das lesões
causadas durante a realização da respetiva tourada à corda”, situação
que também denunciou junto dos órgãos de polícia criminal. “A
tauromaquia constitui uma prática que perpetua a crueldade e o
espetáculo da dor e deve ser reavaliada à luz dos princípios éticos e da
compaixão pela causa animal, que grande parte da sociedade açoriana
preconiza”, afirma, citado na nota, o deputado e porta-voz regional do
PAN/Açores Pedro Neves.O responsável
acrescenta que a morte deste touro “é um trágico lembrete da violência
inerente a estas festividades, que ignoram o sofrimento das pessoas e
animais envolvidos”.“Quando vamos parar este ciclo de violência?”, questiona o líder do PAN açoriano.O
PAN/Açores também apela à “suspensão imediata destas práticas” e lembra
que o seu objetivo é acabar com elas, de acordo com a iniciativa que
apresentou na legislatura anterior e que foi chumbada pela maioria
parlamentar.Em 18 de outubro de 2023, o
parlamento dos Açores rejeitou por maioria o projeto de decreto
legislativo que determinava o fim das touradas e previa apoios aos
trabalhadores e à reconversão das praças de touros, apresentado pelo
PAN.A proposta, apresentada pelo deputado
único do PAN Pedro Neves, foi rejeitada na votação na generalidade com
25 votos contra do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, um do
Chega, um da IL e outro do deputado independente e com dois votos a
favor do BE e um do PAN.Pedro Neves
justificou a proposta por a evolução cultural e social reclamar “a
revisão da classificação de práticas que durante algum período histórico
foram apelidadas de cultura, mas que agora são apontadas como tortura
devido ao nível de sofrimento infligido aos animais em resultado da
prática de atos cruéis, incompatíveis com os valores contemporâneos de
respeito e compaixão pelos animais”.O
secretário Regional da Agricultura, António Ventura, disse na altura
tratar-se de uma arte que encerra “valores, tradições e raízes” do povo
açoriano e que a raça bovina de raça brava está presente em oito das
nove ilhas (cerca de 2.300 animais).