PAN acompanha preocupações do Governo e quer clarificação sobre presidenciais
Covid-19
2 de nov. de 2020, 15:09
— Lusa/AO Online
"Genericamente, acompanhamos aquele que é o
sentido do documento entregue pelo senhor primeiro-ministro que visa
decretar o estado de emergência. Temos noção daquilo que são as
condições epidemiológicas e o contexto sanitário e, naturalmente, é
importante que se tomem novas medidas”, afirmou André Silva, em
declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente
da República.O deputado não se quis,
contudo, comprometer-se com o sentido de voto do partido, dizendo querer
esperar pelo conteúdo concreto do decreto que Marcelo Rebelo de Sousa -
se entender decretar o estado de emergência - enviará à Assembleia da
República.André Silva disse ter exprimido
ao chefe de Estado duas preocupações: a primeira, que seja reavaliada a
decisão do Governo de encerramento de feiras e mercados e, a segunda,
relacionada com direitos políticos em vésperas de eleições
presidenciais, previstas para janeiro.“Este
estado de emergência não pode coartar ou restringir a atividade normal
dos candidatos, nomeadamente na recolha de assinaturas ou nas mais
diversas atividades políticas”, alertou o porta-voz do PAN, partido que
já declarou apoio à candidata Ana Gomes.Segundo
André Silva, foi solicitado ao Presidente da República, “que
concordou”, que num eventual decreto do estado de emergência “possa
clarificar que todas estas atividades são permitidas para que exista
maior independência” nas próximas presidenciais.O porta-voz do PAN pediu ainda que seja garantida “a sobrevivência das empresas”, através de apoios “melhorados e renovados”.“O país não quer nem aguenta o mesmo confinamento que tivemos em março e abril”, alertou.Por
outro lado, o deputado considerou que “estão a ser pedidos aos cidadãos
muitos esforços, sem que o Governo tenha esgotado tudo o que pode
fazer”, apontando que, por exemplo, os transportes públicos “continuam
apinhados”.“Há uma série de
responsabilidades que o Governo deve tomar e ainda não tomou para que
haja alguma coerência e maior legitimidade para solicitar este esforço
aos cidadãos”, disse.André Silva realçou
ainda que, neste momento, o PAN não entende que seja “justificado ou
conveniente” impor um recolher obrigatório.“Se viermos a perceber daqui a umas semanas que é necessário, equacionaremos”, afirmou.Questionado
se o Presidente da República apontou a data em que poderá enviar um
eventual decreto ao parlamento, o deputado respondeu negativamente.